Verão: estação mais quente do ano exige cuidados redobrados com os olhos

 

Imagem: ilustração

A pandemia da Covid-19 está provocando uma série de cuidados com o corpo e também com a mente. Neste mês de dezembro, com a chegada do verão, a cautela não deve ser diferente. A estação mais quente do ano é um convite às atividades ao ar livre, mas o momento exige ainda mais cuidados, inclusive com a saúde dos olhos. “O sol e o calor estimulam as pessoas à socialização e ao contato mais próximo, mas é recomendável avaliar os riscos e evitar as aglomerações típicas do verão. Não apenas porque costumeiramente favorece o contágio de vírus e bactérias que podem ocasionar conjuntivites, mas também como medida preventiva no combate ao novo coronavírus”, comenta Dr. Marco Polo, do DayHORC, empresa do Grupo Opty em Salvador.

 

O que é muito bem-vindo nas altas temperaturas, sem precauções, também pode se tornar um vilão. Sol, vento e o uso frequente de ar-condicionado podem levar ao ressecamento ocular e à ceratite, lesão de córnea. Além disso, como informa o oftalmologista, os efeitos nocivos da radiação solar são cumulativos, podendo acarretar problemas no curto, médio e longo prazos, que vão desde queimaduras nas pálpebras (fotodermatite), conjuntiva (fotoconjuntivite) e córnea (fotoceratite), até acelerar lesões relacionadas ao envelhecimento da pele das pálpebras (fotoenvelhecimento), do cristalino (catarata) e da retina (degeneração da mácula relacionada à idade) ou ao processo inflamatório crônico, com o surgimento do pterígio e de tumores malignos palpebrais e oculares.

 

Vale lembrar que o período, também conhecido como Dezembro Laranja, é o mês de conscientização sobre o câncer de pele. Mas o alerta também deve ser estendido para os cuidados com a região dos olhos. De acordo com Dr. Marco Polo, alguns tumores palpebrais têm íntima relação com a exposição excessiva à radiação UV, como os carcinomas espinocelulares. Assim, para evitar maiores riscos, é fundamental proteger-se com boné, chapéu, sombrinha e óculos escuros, como também evitar o sol do meio-dia.

 

“A exposição excessiva à radiação solar danifica a delicada pele das pálpebras causando desde rugas até câncer de pele. Então, invista em óculos de sol de qualidade e com 100% de proteção UV. Armações que oferecem ampla cobertura, protegendo também as pálpebras, são convenientes para aqueles que não são adeptos a chapéus. Mesmo em dias nublados, saiba que os raios do sol atravessam a névoa e são tão nocivos quanto em um dia bem ensolarado”, diz o especialista.

 

Qualquer idade – A boa higiene é a principal recomendação para todos, seja qual for a estação. “Evite tocar nos olhos com as mãos sujas. Higienizar bem as mãos, lavando com água e sabão e, quando não for possível, usar álcool gel a 70% são as dicas mais efetivas na prevenção de doenças”, comenta o oftalmologista. Todas as faixas etárias merecem atenção nos cuidados com a saúde ocular no verão:

 

– Crianças: não esquecer de protegê-las com chapéu. Óculos escuros não são acessórios exclusivos para uso adulto! Existem óculos escuros específicos para essa faixa etária, resistentes a impacto e à água.

– Jovens/Adultos: lembrem-se de que é altamente contraindicado o uso de lentes de contato em praia/piscina e mar. Providenciem óculos escuros, de natação ou de mergulho com grau.

– Idosos: além dos cuidados básicos, vale dar uma atenção especial à proteção da pele, que é naturalmente mais fina nessa faixa etária, especialmente na região das pálpebras. Além disso, o colírio lubrificante também é essencial, já que nessa idade o olho seco é muito mais comum. É importante saber que não é somente o corpo que necessita de hidratação reforçada no verão.

 

O que é pterígio? – Popularmente conhecido como “Carninha no Olho” ou “Olho de Surfista”, o pterígio é caracterizado pelo crescimento de tecido conjuntival, uma membrana, em um (mais comum) ou nos dois olhos. Apesar de benigno, esse distúrbio pode causar desconforto, sensação de corpo estranho, secura, ardor, olhos avermelhados, fotofobia e inflamação ocular. “O pterígio não leva à perda da visão, no entanto, sua presença pode provocar alterações da córnea, com aparecimento de astigmatismos elevados que, muitas vezes, não são corrigidos pelos óculos”, conta Dra. Marta Hercog, oftalmologista da Oftalmoclin, clínica que também integra o Grupo Opty na capital baiana.

 

Por ser mais habitual em pessoas expostas ao sol, mar e vento, o alerta é para a necessidade de a população redobrar os cuidados preventivos, sobretudo para quem reside em regiões mais quentes e pessoas que trabalham e realizam frequentemente atividades ao ar livre. O problema é tão comum que chega a afetar cerca de 25% dos indivíduos de alguns países e regiões. O pterígio é mais frequente entre os 20 e 40 anos de idade. Também é considerado mais corriqueiro em homens do que em mulheres.

 

Normalmente, é uma lesão que cresce de forma lenta, ao longo da vida, mas também pode parar de evoluir. Quando os sintomas são moderados, é possível tratar com colírios anti-inflamatórios ou lubrificantes oculares. Mas é preciso estar atento ao seu crescimento e sintomas, além do incômodo estético. Em casos mais avançados, contudo, o pterígio pode crescer de maneira mais rápida ou cobrir a pupila a ponto de interferir na visão do paciente. É nessa situação que há necessidade de intervenção médica. “Nas cirurgias para remoção, é possível usar uma cola biológica, em vez da sutura ‘com ponto’, o que diminui muito a possibilidade de volta do problema. No entanto, há a possibilidade de a cirurgia induzir ao astigmatismo. Por isso, só um oftalmologista pode indicar o melhor tratamento”, relata a especialista.

 

O pterígio é um problema mais típico do verão, mas a prevenção deve ser constante. “A medida mais eficaz para prevenir o pterígio é fazer uso de óculos de sol, com proteção à radiação ultravioleta. Pessoas que andam de moto, bicicleta ou mesmo carro com os vidros abertos devem evitar que o vento atinja diretamente os olhos, causando ressecamento e irritação crônica. Nesses casos, o uso de lágrima artificial é recomendado”, comenta a médica. “É importante que as pessoas não esperem ter sintomas para procurar um oftalmologista. Um check-up anual é fundamental para a boa saúde dos olhos, antecipando futuros problemas”, conclui. *Lume

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