Vacinação deve mostrar efeitos em até seis meses

No dia 20, próxima quarta-feira, será iniciada em Salvador a vacinação contra Covid-19, novidade anunciada hoje pelo prefeito Bruno Reis. O médico infectologista da S.O.S. Vida, Matheus Todt, aponta que a notícia é muito importante no enfrentamento da pandemia, mas faz um alerta: serão necessários alguns meses para que a vacinação, que começa por grupos de maior risco, ajude a frear o coronavírus.

Para que o cenário de pandemia seja revertido, o infectologista avalia que serão necessários em torno de 4 a 6 meses. Isso porque é preciso, inicialmente, que cerca de 70% das pessoas que são grupo de risco estejam vacinadas. Além disso, o efeito imunizador das vacinas não é imediato.

“Demanda algum tempo. Se a vacina tem duas doses, por exemplo, a imunização é apresentada em até 45 dias depois da segunda dose. Ou seja, até que se vacine este percentual de pessoas e que todas estejam já apresentando imunidade, temos que ter em mente que nosso maior aliado no combate à Covid-19 ainda é o afastamento social e os cuidados de higienização, que devem continuar”, pontua.

Matheus cita o exemplo do Reino Unido e da Alemanha, que já estão fazendo vacinação há algumas semanas, mas seguem adotando medidas de restrição para assegurar o isolamento e evitar o contágio.

Em Salvador, a vacinação começa pelos trabalhadores da saúde, população idosa com 75 anos ou mais, pessoas com 60 anos ou mais, que vivem em instituições de longa permanência, asilos ou instituições psiquiátricas e indígenas, aldeados e povos de comunidades ribeirinhas.

Até que a vacinação seja uma realidade para grande parte da população brasileira, as armas contra a Covid-19 continuam sendo as mesmas: lavar as mãos com frequência com água e sabão ou álcool em gel, usar máscara e, ao máximo possível, ficar em casa e evitar aglomerações.

EFETIVIDADE

Nos últimos dias, os resultados relacionados à vacina Coronavac, que registrou 50,38% de eficácia global nos testes realizados no Brasil, geraram muitas dúvidas e debates. Matheus afirma que a capacidade de imunização da Coronavac é válida e que a vacina pode ajudar muito no enfrentamento da Covid-19,

“Qualquer vacina acima de 50% de imunização é válida. Temos casos, como a da tuberculose, que tem mais ou menos esse mesmo dado, e hoje os casos da doença são raros. A Coronavac tem uma série de fatores que a tornam importante, além de ter mostrado bons resultados, ela é uma vacina barata, feita a partir de uma técnica já conhecida, não precisa de elementos especiais para o acondicionamento e é segura. Por isso tudo ela é a vacina na qual mais apostamos aqui no Brasil, Mas todas as vacinas apresentadas mostraram capacidade contra o vírus”, completa.

A Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e testada no Brasil pelo Instituto Butantan, apresentou 78% de eficácia contra casos leves de Covid-19 e 100% nos casos moderados, graves e nas hospitalizações. *AT

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Close