Transtorno do pânico: o que é, e como aliviar os sintomas

Segundo a neuropsicóloga Suzana Lyra, medidas básica podem ser adotadas pelo paciente ou pessoas próximas para aliviar a crise

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Imagem ilustrativa — Foto: Canva

Por Instituto IBN Suzana Lyra

O ator Marcelo Serrado, a cantora Luísa Sonza, a apresentadora Angélica e a influenciadora Rafa Kalimann, dividiram recentemente com o público, através de suas redes sociais, que foram diagnosticados com o transtorno do pânico. E eles não são os únicos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a síndrome do transtorno do pânico atinge de 2% a 4% da população global.

Também chamada de ansiedade paroxística episódica, o transtorno do pânico é uma condição clínica crônica, que se agrava ao longo do tempo, e não necessita de estímulo externo para ocorrer. Caracteriza-se por forte sensação de medo ou mal-estar, por vezes uma dor profunda, falta de ar, sensação de desespero e choro, acompanhadas de sintomas físicos.

“Como não está relacionada a um fator externo específico, como o é o caso por exemplo da agorafobia ou claustrofobia, as crises podem ocorrer em qualquer hora e lugar, com duração média de 15 a 30 minutos”, explicou a neuropsicóloga Suzana Lyra (CRP03/9748), Diretora e Responsável Técnica do Instituto Baiano de Neurodesenvolvimento Suzana Lyra (IBN).

Neuropsicóloga Suzana Lyra — Foto: Renato Santana Santos

Neuropsicóloga Suzana Lyra — Foto: Renato Santana Santos

Segundo a especialista, entre os sintomas estão também palidez, suor frio, náuseas, formigamento e pernas bambas, calafrios ou ondas de calor, além de dores no peito, aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração, e um medo excessivo de morrer, sintomas comuns também em pessoas que estão sofrendo um ataque cardíaco.

“Pode sim existir essa confusão por conta dos sintomas parecidos, o que faz com que a pessoa em crise procure um pronto-socorro ou até um cardiologista. O grande impacto é esse paciente passar meses ou anos sofrendo sem um diagnóstico preciso”, pontuou.

Para diferenciar, a neuropsicóloga explica que na crise de ansiedade existe a antecipação de uma possível ameaça, de um perigo iminente, desencadeando a crise.

“No caso do transtorno do pânico, a crise não depende de um gatilho específico, mas pode estar associada a um período de muito estresse, ou à dor da perda. Importante observar, a título de diagnóstico, que essas crises serão recorrentes e podem provocar alterações negativas no comportamento, como por exemplo o isolamento”.

O que fazer durante uma crise de pânico?

No Brasil, a OMS estima que cerca de seis milhões de pessoas sejam afetadas pelo transtorno do pânico.

Para Suzana Lyra, é importante que a população saiba as medidas básicas que podem, ou não, ser adotadas em uma situação de crise de pânico.

“Ao notar que você está tendo uma crise, a primeira coisa a fazer é tentar controlar a respiração, inspirando e expirando pelo nariz, de forma lenta e profunda. Se possível lave o rosto e coloque um pano úmido no pulso. Será ainda melhor se conseguir molhar este pano com uma água gelada”, frisou.

A pessoa que presencia uma crise também pode ser de grande ajuda: dizer palavras positivas e oferecer água, demonstrando tranquilidade.

“Existe uma técnica chamada ‘grounding‘, onde a pessoa pode pedir ao paciente em crise que indique no local onde estão quatro objetos que ele consiga ver, três que possa sentir o cheiro e dois para tocar. Essa técnica ajuda o paciente a desfocar dos sintomas de angústia, medo e etc”, orienta a neuropsicóloga.

Suzana Lyra reforma ainda que quem presencia uma crise deve evitar gritar com a pessoa; evitar expressões como ‘fique calma’ ou ‘já passei por isso, não é nada’; tão pouco deixar a pessoa sozinha durante o ataque.

“Seja um bom ouvinte, ofereça apoio, pergunte se tem algo que você possa fazer para ajudar e ofereça a sua companhia para levar a pessoa até um pronto-socorro. Essa são boas maneiras de ajudar”.

A especialista acrescenta que, após a crise, o recomendado é a busca por um tratamento, que é realizado principalmente com medicações antidepressivas. Em Salvador, o Instituto Baiano de Neurodesenvolvimento Suzana Lyra (IBN) desenvolve um protocolo de tratamento que envolve terapia cognitivo-comportamental e o acompanhamento multidisciplinar, com neuropsicologia, fisioterapia e nutrição.

“Ioga, música, arte terapia, são algumas das terapias que podem ser desenvolvidas com pacientes de transtorno de pânico. Lembrando que o foco do tratamento é melhorar os sintomas, influenciando na qualidade de vida e na prevenção de outras comorbidades como depressão e abuso de substâncias”, concluiu.

Responsável Técnica: Dra Suzana Lyra (CRP03/9748), Neuropsicóloga.

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