SENSO, Stranger Things e samurai: um update sobre a situação do metaverso

Temos testemunhado o surgimento de uma maneira totalmente nova de se comunicar, aprender e desenvolver: o metaverso. Ele é mais do que uma plataforma ou uma rede social: é um universo inteiro de experiências em paralelo ao nosso. Do Sensorium Galaxy e do SENSO, com seus shows em RV, a um curta-metragem repleto de ‘meta-humanos’, conheça alguns dos projetos e tendências mais quentes nesse espaço.

Do SENSO ao Fortnite: explicando o básico sobre o metaverso

É difícil definir o metaverso: você deve experimentá-lo por conta própria. Nesse espaço virtual que vai além do nosso universo, uma interseção entre realidade mista, IA, blockchain, design 3D, captura de movimento e muitas outras tecnologias, os usuários podem consumir conteúdo e interagir uns com os outros – pessoas reais e personagens gerados em computador que parecem extremamente reais.

Quando falamos sobre ‘o metaverso’, precisamos lembrar que não há apenas um metaverso, pelo menos por enquanto. Em vez disso, existem muitos projetos individuais com focos diferentes. Por exemplo, o Sensorium Galaxy prioriza a música, expressão criativa e mindfulness, bem como a implementação de blockchain: ele já tem um token popular, o SENSO, e planeja mudar, em breve, para uma nova chain baseada no Substrate.

Por outro lado, o Fortnite – que também é um metaverso, mesmo que não use VR – ainda tem seu foco em jogos no estilo battle-royale, embora os shows musicais e as exibições de filmes já tenham começado a desempenhar um papel importante. Enquanto isso, o Roblox está voltado a games e missões, aproximando os usuários por meio do jogo.

O metaverso é tão versátil e tem se desenvolvido tão rapidamente que surgem quase todas as semanas integrações, colaborações e ideias inesperadas. Nós selecionamos diversos estudos de caso recentes que ilustram diferentes aspectos do metaverso: entretenimento, compras e implicações legais.

SENSO, Roblox, Read Smith, AKUMA, Aglet: 5 novos estudos de caso sobre o metaverso
Música e o metaverso: Sensorium Galaxy / SENSO digitaliza David Guetta e Black Coffee para shows em RV

O metaverso Sensorium irá oferecer aos músicos maneiras novas de monetizar sua arte e se envolver com o público. No mundo virtual, até mesmo os designs de palco e efeitos especiais mais ambiciosos se tornam possíveis: pense no show de Travis Scott no Fortnite em 2020 (assistido por 27,7 milhões de usuários), no qual o rapper surgiu como um avatar gigante.

Falando em avatares: criar o clone digital de um músico é o primeiro passo para um show virtual bem-sucedido. Você pode dar uma conferida neste processo inspirador em Behind the Scenes: Creating David Guetta’s Avatar, um vídeo recente do Sensorium Galaxy / SENSO.

Música e dança são as principais áreas de interesse do digital metaverse do Sensorium Galaxy e de seu token na blockchain, o SENSO. De fato, o primeiro mundo virtual a ser lançado, o PRISM, é um espaço gigantesco para shows e casas noturnas, situado em um planeta alienígena. Gráficos Triplo-A e efeitos de outro planeta foram criados em colaboração com os principais estúdios de entretenimento e desenvolvimento de casas noturnas.

O artista francês e líder das paradas musicais David Guetta será o primeiro a se apresentar no PRISM, no final de 2021. Para que seu avatar fosse criado, Guetta teve que vestir uma roupa para captura de movimentos repleta de sensores e fingir estar tocando em um estúdio com dezenas de microfones e câmeras gravando todos os seus gestos. O objetivo é criar um avatar que reproduza não apenas a aparência do artista, mas também seus movimentos e expressões faciais características.

O artista seguinte na fila foi o produtor sul-africano Black Coffee: um clipe curto sobre a criação de seu avatar também foi postado no perfil do Sensorium Galaxy / SENSO no Twitter.

Os ingressos para os shows virtuais serão vendidos principalmente por meio de tokens SENSO na loja integrada à plataforma. Os usuários também poderão pagar com um cartão bancário, mas haverá um desconto automático de 20% para quem usar o SENSO. Os tokens SENSO já estão disponíveis no KuCoin, no Poloniex e em muitas outras exchanges grandes de criptomoedas.

Por enquanto, a loja oferece mais de 20 avatares com aparência exótica (projetados pelo famoso criador em 3D Jason Ebeyer), além de cabines na Sensorium Starship, onde os usuários do metaverso irão passar a maior parte do tempo relaxando e conversando – não apenas uns com os outros, mas também com avatares baseados em IA, que podem manter uma conversa envolvente, flertar e evoluir para se tornarem mais “humanos” com o tempo.

TV e o metaverso: ‘Stranger things’ no Roblox
O final intenso da 3ª temporada de ‘Stranger Things’, a popular série da Netflix, tem lugar no Starcourt Mall (que – alerta de spoiler! – é fachada para uma base secreta russa). O shopping é tomado pelas chamas no final do episódio, mas agora os fãs podem visitá-lo virtualmente na plataforma Roblox.

A experiência inclui diversos minigames e missões: escapar de um laboratório, jogar dados com um personagem de IA, entregar sorvete o mais rápido possível e assim por diante. Quem completa as missões com sucesso pode ganhar diferentes wearables com o tema Stranger Things para seus avatares.

Os crossovers entre séries e filmes populares e espaços no metaverso são uma tendência interessante. O Fortnite já tem dezenas de skins licenciadas de personagens populares do cinema e da TV, incluindo Thor e o Mandalorian.

Em metaversos habilitados propriamente para VR, as oportunidades para crossovers como esses serão ilimitadas, uma vez que qualquer ambiente ou episódio de um filme pode ser recriado e habitado por personagens com inteligência artificial. Não é difícil imaginar lojas inteiras no metaverso com experiências e missões como essas, pagáveis ​​com tokens da blockchain como o SENSO do Sensorium Galaxy.

A lei e o metaverso: Read Smith LLP lança Guide to the Metaverse
Metaversos, RV e NFTs podem impor desafios inesperados do ponto de vista da lei. Por exemplo: que direitos você passa a ter ao comprar um token NFT? O que deve ser feito em relação ao conteúdo gerado por usuários que inclui nomes e logos de marcas registradas? Você pode registrar propriedade intelectual de um conteúdo criado com IA? Até que ponto os administradores do metaverso podem interferir nas interações entre os usuários para evitar comportamentos indesejáveis, como bullying? Novas questões surgem a cada dia, e já é possível prever que, em poucos anos, o ambiente do metaverso exigirá um contingente significativo de advogados especializados.

O escritório de advocacia Read Smith LLP deu um passo pioneiro nesse sentido ao publicar o Guide to the Metaverse (76 páginas), em maio de 2021. A obra cobre questões de propriedade intelectual, royalties, propriedade, proteção de dados e muito mais.

O guia é fácil de ler e aborda muitos problemas inesperados, interessando não apenas aos advogados, mas também ao público em geral. Se vamos gastar tanto do nosso tempo no metaverso, é importante tentar entender os problemas em potencial que podem surgir.

Pessoas digitais e o metaverso: AKUMA, a história de um samurai MetaHuman
Já falamos sobre os avatares com tecnologia de IA: graças aos algoritmos de machine learning de última geração, esses personagens podem aprender com cada interação com usuários reais e executar papéis complexos no mundo virtual. Por exemplo, no Sensorium Galaxy, esses ‘humanos digitais’ podem ‘trabalhar’ como DJs, dançarinos e influenciadores. Além disso, podem projetar seus próprios colecionáveis ​​digitais, que são vendidos como NFTs (tokens não fungíveis) para o SENSO.

Afinal, os avatares de IA também podem estrelar filmes. O novo curta-metragem AKUMA, criado pelo Dimension Studio em conjunto com o fornecedor de sistemas de captura de movimento Vicon, traz a história de um samurai que precisa enfrentar seu demônio. O filme foi inteiramente produzido no Unreal Engine, uma plataforma de criação de conteúdo em 3D utilizada para a criação de jogos de computador.

O mais interessante sobre o AKUMA é que os ‘atores’ foram todos criados com a nova ferramenta MetaHumans Creator da Epic Games: são personagens virtuais de alta fidelidade renderizados no computador em tempo real. Essa tecnologia pode poupar uma quantidade enorme de tempo. Afinal, demora menos de uma hora para um personagem ser criado, em vez de semanas.

Conforme os metaversos se tornarem maiores, eles serão povoados por centenas e milhares de NPCs, então o valor desta tecnologia pode se mostrar inestimável. O próximo passo é adicionar IA a esses MetaHumanos, fazendo com que eles ajam de forma mais autônoma.

Moda e o metaverso: Aglet, o tênis virtual que se tornou real
O potencial de publicidade e vendas no metaverso é imenso: imagine outdoors animados e personalizados que falam com você ou avatares com IA vestindo as peças que estão na moda. Outra grande vantagem é a oportunidade de testar a recepção de um produto no mercado antes de começar a produzi-lo fisicamente. Um excelente exemplo disso é o Aglet 1, um tênis virtual que se tornou popular no metaverso antes de ser colocado à venda no mundo real.

O Aglet é um jogo de compras voltado para uma comunidade muito específica: sneakerheads, pessoas apaixonadas por colecionar tênis. Os usuários se movem por esse mini-metaverso e ganham dinheiro virtual com base na distância percorrida. A moeda pode ser usada para comprar tênis virtuais de grife, difíceis de encontrar à venda no mundo real. Talvez o detalhe mais interessante seja que as condições climáticas no mundo real afetam até onde se pode ir e, portanto, quanto se pode ganhar!

O jogo traz alguns calçados famosos da Gucci e da Adidas, além do Aglet 1, um tênis virtual desenvolvido pela equipe do app. Em uma reviravolta inesperada, o Aglet 1 se tornou tão popular entre os jogadores que logo entrará em produção na versão física. É um dos primeiros casos de um item que aparece primeiro no metaverso e depois passa para o mundo real.

Há quem diga que o metaverso substituirá a internet. No entanto, é mais provável que ele se torne o futuro da internet, sua próxima iteração – porque o metaverso depende de uma conexão à internet para funcionar, afinal. Os aplicativos, jogos e plataformas a que estamos acostumados não vão morrer. Eles simplesmente irão migrar para o espaço virtual e se adaptar a ele. Agora, essa pode parecer uma ideia fantasiosa, mas espere alguns anos e você irá se surpreender por um dia já ter vivido sem o metaverso.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Close