Saúde dos pets: saiba como é feito o diagnóstico do Transtorno de ansiedade e quais são as formas de tratamento

 

Thiago Henrique Carvalho De Souza, coordenador acadêmica da Faculdade Anhanguera explica os motivos que podem levar a um comportamento mais agressivo do animal Segundo especialista, problemas comportamentais exigem um diagnóstico profissional e intervenções podem incluir mudanças no ambiente, treinamento, terapias comportamentais, e, em alguns casos, medicação prescrita O transtorno de ansiedade em pets, especialmente em cães e gatos, pode ser causado por uma variedade de fatores. Entre eles estão a falta de liderança, traumas, medos e até mesmo ausências, entre outros. O distúrbio, conhecido como Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é uma doença séria, que compromete o bem-estar, afeta os hormônios, como os neurotransmissores e as substâncias químicas no organismo do animal, o que pode gerar problemas de saúde ainda mais sérios.

 Segundo Thiago Henrique Carvalho De Souza, coordenador do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, nem todos os animais com transtorno de ansiedade irão se comportar da mesma forma. “Ao identificar comportamentos estranhos no seu pet, como por exemplo, agressividade ou em algumas situações, apatia, arrancar os pelos, hiperatividade, lambedura excessiva das patas, perda ou ganho de peso, feridas de difícil cicatrização e alterações de apetite, é preciso ligar o alerta”, destaca. 

 Thiago explica que, diferentemente dos problemas comportamentais comuns, como um cão que mastiga móveis ou que late demais, distúrbios psicológicos exigem uma abordagem mais especializada que transcende o treinamento básico. “Problemas comportamentais exigem um diagnóstico profissional e intervenções podem incluir mudanças no ambiente, treinamento, terapias comportamentais, e, em alguns casos, medicação prescrita pelo veterinário”.

 O veterinário destaca que a medicina veterinária comportamental é uma especialidade que vem se crescendo com o intuito de identificar cada vez mais esses distúrbios e fazem parte da etologia clínica referida como zoopsiquitria. Para a veterinária, informações a respeito dessa área devem ser mais difundidas a fim de gerar conscientização social sobre a TAG.
 Por fim, o especialista explica algumas outras causas e dá dicas acerca das formas de tratamento. Confira:

 Possíveis causas:

Falta de Socialização: Animais que não foram expostos a diferentes pessoas, animais ou ambientes durante o período crítico de socialização (geralmente até os 3-4 meses de idade para cães) podem desenvolver medos e ansiedade em situações desconhecidas;
 Mudanças no Ambiente: Mudanças repentinas, como uma mudança de casa, chegada de um novo membro na família (humano ou outro animal), ou a perda de um membro da família, podem desencadear ansiedade;
 Falta de Exercício e Estímulo Mental: Animais que não têm oportunidades suficientes para gastar sua energia física e mental podem desenvolver comportamentos ansiosos;
 Separação Prolongada dos Donos: A ansiedade de separação é comum em cães e pode ocorrer quando eles ficam sozinhos por longos períodos. Gatos também podem experimentar ansiedade quando ficam sozinhos ou quando o seu ambiente muda;
 Genética e Raça: Algumas raças de cães e gatos podem ser mais predispostas à ansiedade devido a fatores genéticos. Por exemplo, raças de cães que foram criadas para serem companheiros próximos dos humanos podem ter uma maior tendência a desenvolver ansiedade de separação;
 Doenças e Condições Médicas: Certas condições de saúde, como problemas hormonais ou neurológicos, podem contribuir para a ansiedade em pets;
 Barulhos Altos e Fobia de Sons: Muitos pets desenvolvem ansiedade devido a sons altos, como trovões, fogos de artifício, ou mesmo o barulho de aspiradores de pó. Isso pode levar a fobias sonoras.Tratamentos sugeridos:Primeiramente, ao identificar qualquer um dos comportamentos acima citados, procurar orientação de um médico veterinário e, sob hipótese alguma, faça o uso de medicamentos sem a prescrição médica;
 Passeie com o seu cachorro em parques ou áreas públicas – onde ele pode ter contato com outros cães – duas vezes ao dia;
 Dedique parte do seu tempo dando atenção a brincadeiras variadas (bolinhas, corridas);
 Determine a sua posição de liderança;
 Estimule o comportamento calmo. Quando chegar em casa, faça-o se acalmar primeiro, depois dê a atenção solicitada;
 Deixe vários brinquedos na casa para que ele possa brincar em sua ausência;
 Converse com seu cão, isso fortalece a ligação entre animal e tutor;
 Não estimule comportamentos agressivos e nem atividade agitadas quando ele estiver ansioso;
 Caso o seu trabalho autorize a permanência de animais por pelo menos um dia na empresa, leve-o ao trabalho. Isso pode ser muito eficiente para combater distúrbios de ansiedade;
 Fale baixo com ele e agrade-o enquanto estiver calmo;
 Não o force a fazer algo que ele tenha medo. Nesses casos, consulte um profissional para lidar com este problema.

Deiwerson Damasceno

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