Professores se reinventam para continuar o desafio de formar cidadãos

 

Neste momento de pandemia do novo coronavírus, em que as aulas presenciais foram suspensas devido a necessidade do distanciamento social, a importância dos professores ficou ainda mais incontestável.  “A pandemia mostrou a necessária presença da família para que o ato educativo aconteça, assim como a especificidade do papel do professor. Nesse sentido, fica mais evidente que não basta saber o conteúdo, é preciso saber ensinar para que a aprendizagem aconteça”, afirma a coordenadora do curso de Pedagogia Presencial da Unijorge, professora Cândida Andrade de Moraes.

 

Para a coordenadora do curso de Pedagogia EAD da Unijorge,  professora Joseilda Sampaio de Souza, a pandemia exigiu dos profissionais da educação uma completa transformação. “Precisamos entender que não basta apenas saber usar as tecnologias. É preciso entender como funciona essa linguagem, buscar novas metodologias, novas práticas pedagógicas, em que a tecnologia seja um elemento carregado de conteúdo, mas não é o único”, ressalta.

 

Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Joseilda reconhece que os professores têm enfrentado muitos desafios e que o maior deles ainda é a questão do reconhecimento profissional. “Essa valorização não está apenas na questão salarial, que é um ponto importante, mas, sobretudo, nas condições de trabalho”, pontua. “A sociedade reconhece a necessidade do país investir na educação para o seu próprio crescimento econômico e social, porém, esse investimento tem sido cada vez menor”. Apesar de uma formação adequada, já que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional exige que o profissional da educação tenha no mínimo uma graduação, Joseilda acredita que muitas das vezes, o professor não consegue colocar em prática toda bagagem adquirida na universidade por falta de condições de trabalho.

 

A falta de estrutura das escolas também é uma questão apontada por Cândida Andrade de Moraes, doutora em Educação pela UFBA e com estágio de doutoramento no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. “No que se refere a educação pública no Brasil vejo como maior dificuldade as precariedades da estrutura das escolas públicas, especialmente na região Norte e Nordeste. Quanto a vida profissional, entendo que a remuneração e a valorização da carreira docente ainda é um caminho que precisa ser construído com políticas públicas e incentivo a formação continuada”, assegura.

 

Apesar dos vários desafios enfrentados diariamente, a professora da Rede Pública Municipal e do curso de Pedagogia da Unijorge, Eliana Sodré não desanima. “São tantos os desafios na prática da docência na contemporaneidade que o professor muitas vezes se transforma em um desbravador buscando remover todo e qualquer obstáculo que o impeça de seguir o seu propósito que é o de transformar o mundo pela educação”, ressalta Eliana, mestre em educação. Ainda de acordo com ela, a motivação maior do professor é “o desejo de fazer algo para realmente ajudar o outro a caminhar, coisa que só a educação através do conhecimento faz”.

 

A paixão por ensinar foi o que motivou a estudante do 8º semestre de Pedagogia na Unijorge, Iracema Nascimento Cerqueira, a fazer o curso. Antes mesmo de ingressar na faculdade ela já tinha tido a experiência de lecionar em um curso técnico de informática da rede estadual. “Estava desempregada e surgiu essa oportunidade para lecionar a disciplina Lógica de Programação. Essa experiência fez com que eu me apaixonasse pela profissão e buscasse me qualificar mais”, destaca. *AT

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