Peixes ornamentais: saiba curiosidades sobre esses pets

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Mais de 11 milhões de brasileiros possuem aquários em casa, veja como cuidar melhor dos animais
 

Quando se fala em animais de estimação, logo vem à cabeça os cachorros e os gatos, que são muito populares. Mas, o brasileiro também nutre uma paixão pelos peixes ornamentais, o que é chamado de aquarismo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 11 milhões de pessoas mantêm aquários em casa no Brasil.
 

“Os peixes são uma excelente opção para quem tem pouco tempo e espaço reduzido em casa, mas que gostaria de ter um pet. Eles são silenciosos, não fazem bagunça e requerem menos dedicação no cuidado, ao contrário de cães e gatos, por exemplo. Além disso, possuem uma variedade imensa de cores e espécies, o que desperta a paixão em seus admiradores”, opina o médico veterinário e coordenador do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, Ronaldo Costa Argolo Filho.
 

COMO SURGIU O AQUARISMO?
 

Os egípcios antigos podem ser considerados os pais do aquarismo. Para estudar o nado e o comportamento dos peixes — e assim prever cheias ou secas no Rio Nilo — esse povo construía uma espécie de tanque de argila e vidro. Assim, estava criada a base para os aquários modernos.
 

Com o passar do tempo, a prática se desenvolveu na China e no Japão, chegando depois à Europa, e o aquarismo virou um hobby e se espalhou pelo mundo. Os amantes dos peixes passaram a realizar o cruzamento de espécies para chegar às diversas cores e formas dos peixes ornamentais que vemos hoje.

A seguir, o médico veterinário elencou algumas curiosidades sobre esses animais que encantam tantas pessoas.

Peixe morre pela boca?
 

O ditado popular diz que devemos tomar cuidado com o quê e para quem falamos algo – e os peixes morrem ao abrir a boca para pegar uma isca e são puxados para fora da água pelo anzol.
 

Os peixes se alimentam na natureza quando estão com fome e quando há alimento disponível. Quando disponível, podem se alimentar várias vezes ao dia, mas depende do hábito alimentar da espécie, se é herbívora, onívora ou carnívora.
 

A alimentação em excesso dos peixes ornamentais pode causar problemas de saúde, assim como o acúmulo de sobras de ração no fundo dos aquários. Essa sobra de alimento pode modificar a química da água, aumentar os níveis de toxinas e ser muito prejudicial à saúde dos peixes. Por isso, o tutor deve tomar cuidado em não oferecer alimento em excesso ao animal.


Peixes têm pálpebras e ouvidos?
 

A maior parte dos peixes não tem pálpebras. É por isso que existe a lenda de que eles não dormem: sem pálpebras, eles não podem fechar os olhos, parecendo estar sempre acordados. Para descansar, eles buscam um local mais “aconchegante”, que pode ser uma estrutura de pedras na natureza; ou uma determinada parte do aquário.
 

Outra curiosidade é que eles não dormem profundamente como os mamíferos terrestres, parecem mais reduzir sua atividade e metabolismo enquanto permanecem em estado de alerta, tendo funções restauradoras similares à atividade de dormir dos humanos.
 

Esses animais também não têm um pavilhão auditivo externo (orelha externa), mas em compensação, possuem orelha interna que os torna capazes de captar sons e vibrações vindos da água. No ambiente doméstico, o barulho da casa pode irritá-los, deixando-os estressados — e isso pode atrapalhar seu apetite, crescimento e reprodução.


Peixes podem ter falta de ar?
 

Por incrível que possa parecer, sim. Assim como acontece com nós humanos, eles precisam trocar oxigênio com o ambiente. O peixe Betta, por exemplo, possui um órgão chamado labirinto que permite a respiração fora da água. Assim, ele pode subir até a superfície para respirar. Caso a água do aquário esteja com pouca disponibilidade de oxigênio ou encontre algum empecilho para emergir, ele pode sim morrer sufocado. Por isso, é importante que os tutores fiquem atentos com a troca ou a oxigenação da água.


Peixes bebem água?
 

Sim! Os peixes absorvem água através da pele e brânquias num processo chamado de osmose ou osmorregulação. Assim, regulam a quantidade de sais no interior de seu organismo. É uma espécie de troca de fluidos com o ambiente. Exemplo: um peixe sem essa capacidade ou um peixe de água doce, se for colocado no mar, perderia água de seu corpo por osmose, podendo desidratar e morrer.
 

Assim, o peixe de água doce tem mais sais em seu organismo do que a água do meio externo: a água entra em seu corpo naturalmente, e ele não precisa beber água. Já os peixes de água salgada precisam absorver muita água para garantir o equilíbrio do organismo, pois eles têm menos sais do que o ambiente externo e a água, então, tende a sair do seu corpo.
 

Outra curiosidade: os peixes fazem bastante xixi, e a urina do peixe de água salgada é mais concentrada do que a do peixe de água doce. Além disso, eles também defecam na água, por isso é importante manter a limpeza constante do aquário.


Peixes sentem frio?
 

Sim! Os peixes são animais ectotérmicos, cuja regulação da temperatura do corpo depende de fontes externas, como a luz do sol ou superfícies quentes. Dependendo da espécie envolvida, os aquários precisam ter fontes térmicas. Expostos a temperaturas baixas, o metabolismo desses animais pode desacelerar, reduzindo até o apetite dos bichinhos.
 

Alguns pontos de atenção: ao adquirir os peixes para seu aquário, é importante se informar sobre os hábitos da espécie, para evitar criar no mesmo aquário peixes incompatíveis, por exemplo, um mais tranquilo junto com outro mais agressivo ou carnívoro. Também é preciso ter bastante atenção à limpeza, temperatura e oxigenação da água, além de oferecer apenas alimentos indicados para a espécie adquirida.

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