Os avanços na cura da disfunção erétil: condição pode mesmo ser revertida?

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No Brasil, 25 milhões de brasileiros com mais de 18 anos apresentam dificuldade em manter o pênis ereto o bastante para concluir o ato sexual, o que pode levá-los a quadros depressivos e de baixa autoestima.

Felizmente, hoje, existem métodos de tratamentos mais modernos para pacientes com esta condição. No entanto, há alguns anos, o cenário era totalmente diferente. As formas de reversão à disfunção erétil eram mais limitadas e menos seguras se comparadas às adotadas pelos urologistas atualmente.

Com base nisso, neste artigo, traçaremos uma linha do tempo com os avanços na cura da disfunção erétil realizados ao longo do tempo, e mostraremos as linhas de tratamentos disponíveis hoje em dia. Acompanhe!

Afinal, a disfunção erétil pode ser revertida?

Essa é uma dúvida bastante comum entre os homens com disfunção erétil que desejam recuperar a sua qualidade de vida sexual. E, a resposta é sim, essa é uma condição que pode ser revertida por meio de tratamentos específicos para cada caso.

Caberá ao médico especialista indicar o método mais adequado ao paciente, de acordo com as suas particularidades. Normalmente, se adota uma estratégia por etapas, partindo da mais simples para a mais complexa, sempre se baseando em critérios de eficácia e segurança. Assim, as opções podem variar entre:

  • Uso de medicamentos orais que ajudam na ereção;
  • Injeções penianas;
  • E, em último caso, procedimento cirúrgico para a inserção do implante de prótese peniana.

Avanços na cura da disfunção erétil ao longo da história

A medicina sexual passou por diversas transformações ao longo dos anos. No passado, o tratamento em casos de disfunção erétil mais graves começou de forma muito rudimentar. Para se ter uma ideia, em 1950, o procedimento consistia na retirada da costela do paciente e a sua implantação no pênis. Já nos anos 70, surgiram os primeiros modelos de prótese peniana, compostas por silicone rígido que, hoje, não são mais usadas.

Em 1973, o cientista e urologista Brantley Scott reuniu suas habilidades cirúrgicas para desenvolver um novo modelo que continua sendo padrão na medicina: o dispositivo inflável. Este, já trazia o sistema de controle da ereção por meio do acionamento de uma bombinha. De lá para cá, alguns detalhes foram melhorados e outros modelos de próteses surgiram, assim como novos recursos para tratar os problemas de ereção enfrentados pelos homens

As injeções intracavernosas penianas também fazem parte desse progresso na medicina, e começaram a ser reconhecidas como método eficaz a partir da década de 80. No mesmo período, foram desenvolvidos outros dispositivos para auxiliar na ereção, como a bomba a vácuo peniana. Neste caso, o processo é feito de forma mecânica.

Foi no final dos anos 90, mais precisamente em 1998, que tudo mudou, quando chegou ao mercado um medicamento que mudaria a vida dos homens que buscavam um remédio que os ajudassem no tratamento contra a disfunção erétil. Até então, os tratamentos orais disponíveis eram com remédios naturais, usados há séculos em várias culturas locais, de eficácia bem duvidosa.

Naquela época, os primeiros fármacos mais confiáveis e seguros que apareceram nas drogarias brasileiras foram o Citrato de Sildenafila (popularmente conhecido como Viagra) e o Tadalafila. Este primeiro, chegou à marca de 130 milhões de medicamentos vendidos no país, apenas nos seus três primeiros meses de vida. Mais tarde, outras alternativas foram surgindo, como o Vardenafila, a Lodenafila, entre outros.

Novas promessas

Os avanços na cura da disfunção erétil não pararam por aí. Recentemente, um grupo de cientistas chineses da South China University of Technology desenvolveram uma espécie de pênis biônico que, futuramente, acreditam ser eficaz para o tratamento de homens que sofrem com o problema.

Até o momento, o dispositivo foi testado apenas em animais. Porém, o estudo publicado no dia 4 de janeiro deste ano, na revista Cell Press, sugere que a túnica albugínea artificial, que imita a cobertura fibrosa dos testículos e permite manter a ereção, também pode ajudar a reparar lesões penianas em humanos.

Linhas de tratamento para disfunção erétil

Os homens que apresentam alguma dificuldade de ter ou manter uma ereção durante o ato sexual, condição que pode favorecer o desenvolvimento da Doença de Peyronie, têm à disposição três linhas de tratamento, sobre as quais falaremos nos próximos tópicos.

Tratamentos clínicos

1. Medicamentos orais

Quando um paciente com disfunção erétil procura ajuda médica para tratar o problema, o primeiro passo tomado pelo especialista é esgotar todas as possibilidades de tratamentos clínicos antes de partir para meios cirúrgicos.

Assim, após conversas e realização de exames, a maioria dos urologistas opta por recomendar a ingestão de medicamentos orais como 1ª linha de tratamento. Em geral, são indicados os inibidores da enzima fosfodiesterase tipo 5 (PDE-5), sendo a Tadalafila e a Sildenafila as opções mais comuns.

Na prática, eles agem de forma semelhante, promovendo o relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos e dilatando as artérias que preenchem essas estruturas, processo que facilita a entrada de sangue no pênis e favorece a ereção.

Porém, embora apresente resultados satisfatórios em alguns casos, os fármacos ingeridos para esta finalidade nunca devem ser tomados por conta própria, sem acompanhamento médico. Isso porque eles podem provocar alguns efeitos colaterais, como obstrução nasal, dor nas extremidades, refluxo gastroesofágico e dores de cabeça. 

Pacientes com problemas cardíacos, ou que fazem o uso controlado de medicamentos para hipertensão, também precisam tomar alguns cuidados. O uso regular de inibidores da PDE-5 podem oferecer alguns riscos e complicações, a depender do quadro clínico de cada homem.

2. Injeções penianas

Nas situações em que o uso de medicamentos orais não é satisfatório, o urologista recorre à segunda linha de tratamento, voltada para as injeções penianas intracavernosas, que agem diretamente na dilatação dos corpos cavernosos e proporcionam uma ereção mais rápida (de 5 a 15 minutos após a aplicação). 

Atualmente, é possível encontrar algumas opções de fármacos no mercado, como o Alprostadil (mais usado para disfunção erétil), Bimix e Trimix. A escolha do medicamento, no entanto, vai depender das necessidades de cada paciente, assim como a sua formulação, que deve ser personalizada para cada caso.

De maneira geral, as injeções apresentam bons resultados, sobretudo, quando há lesões nervosas nos vasos sanguíneos ou no tecido peniano. Apesar disso, há relatos de pacientes que desistem do tratamento por considerá-lo pouco prático. Segundo uma pesquisa publicada pelo International Journal of Impotence Research em 2002, esse grupo corresponde a 70% dos homens.

Tratamento cirúrgico

3. Implante de prótese peniana

Se o tratamento clínico não funcionar ou se o paciente não se adaptar às primeiras linhas já apresentadas, o urologista considera a 3ª opção, agora, partindo para o implante de prótese peniana. 

Esse dispositivo, que é introduzido nos corpos cavernosos, tem a função de dar resistência axial ao órgão reprodutor masculino, permitindo que, durante o ato de penetração, o pênis não dobre ou escape. Dessa forma, o homem consegue manter relações sexuais satisfatórias e duradouras.

Hoje, o paciente com disfunção erétil tem a disposição três tipos de próteses: maleável ou semirrígida, articulável, inflável ou hidráulica. A escolha do modelo ideal, no entanto, deve ser feita em conjunto com o médico especialista, que irá avaliar a anatomia do pênis, considerando seu calibre e tamanho e, assim, indicará o dispositivo mais adequado.

Qual o melhor tratamento para disfunção erétil?

Não há uma resposta certa para este questionamento. É preciso lembrar que cada pessoa reage de forma diferente em cada tratamento que se submete a fazer. Desse modo, caberá ao urologista, junto ao paciente, descobrir qual o método funciona melhor para você, com base nas suas necessidades e condições de saúde.

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