Morro de São Paulo: Peixe-leão é encontrado na costa baiana pela primeira vez

Peixe-leão Crédito: Matheus Lemos – Ascom Sema / Inema

Pela primeira vez, um peixe-leão (Pterois volitans), espécie exótica e invasora, foi identificado e capturado na costa da Bahia. O registro ocorreu na região de Morro de São Paulo, Baixo Sul do estado, durante uma operação de monitoramento realizada por uma equipe multidisciplinar do Governo da Bahia.

O grupo, composto por biólogos, oceanógrafos e veterinários da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), confirmou a presença do animal e iniciou uma força-tarefa para conter sua possível proliferação.

O exemplar foi encaminhado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), onde passará por análises em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA). O peixe-leão é conhecido por sua alta taxa de reprodução e ausência de predadores naturais no Brasil, o que pode comprometer a biodiversidade local, afetando populações de peixes e crustáceos essenciais para a cadeia de pesca.

Alerta e monitoramento

O secretário do Meio Ambiente, Eduardo Mendonça Sodré Martins, destacou que, após a captura do animal, o governo notificou prefeituras da Costa Baiana, órgãos ambientais, a Secretaria da Saúde, a Bahia Pesca e a Marinha do Brasil. Além disso, medidas emergenciais estão sendo implementadas para controlar a possível expansão da espécie.

“Já existe uma frente multidisciplinar de atuação que será ampliada para o estudo e controle do peixe-leão, seguindo diretrizes do Ministério do Meio Ambiente. Esse trabalho será semelhante ao que já ocorre com o octocoral, outra espécie invasora detectada na Baía de Todos-os-Santos”, explicou o secretário.

A oceanógrafa da Sema, Alice Reis, afirmou que a origem do peixe-leão capturado será investigada. A suspeita é de que tenha chegado à região através das correntes marítimas, vindo de Pernambuco, onde já há registros da espécie. Outra hipótese é que ele tenha nascido na própria costa baiana, o que indicaria a presença de outros exemplares.

Descoberta e riscos ambientais

O primeiro registro do peixe-leão em Morro de São Paulo foi feito pelo mergulhador profissional Diego Marques. Ele percebeu a presença incomum do animal enquanto trabalhava na região e acionou as autoridades ambientais.

A captura foi realizada por uma equipe especializada, utilizando redes específicas e luvas reforçadas para evitar contato direto com os espinhos venenosos do animal. O biólogo marinho do Inema, Eduardo Barros, reforça que o peixe-leão pode atingir até 47 cm na fase adulta e possui 18 espinhos venenosos.

“O perigo dessa espécie é que ela se alimenta de diversos peixes nativos, reduzindo a biodiversidade local. Sem predadores naturais no Oceano Atlântico, sua proliferação pode trazer impactos severos ao equilíbrio marinho”, alerta Marcos Leônidas, veterinário do Cetas/Inema.

Atenção da população

Autoridades ambientais pedem que pescadores, mergulhadores e banhistas fiquem atentos e comuniquem qualquer avistamento do peixe-leão. A recomendação é não tentar capturá-lo. Em caso de contato acidental, procurar imediatamente atendimento médico, pois a toxina do animal pode causar dor intensa, febre e reações alérgicas graves.

Os registros do peixe-leão devem ser informados ao Inema através dos seguintes canais:

Disque Denúncia: 0800.071.1400
E-maildenuncia@inema.ba.gov.br
WhatsApp para resgate: (71) 99661-3998

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