Meio-campista do Vitória, Alan Santos concilia rotina de treinos com hobby de escritor

Reforço contratado pelo Vitória para a atual temporada, o meio-campista Alan Santos também atua no ‘time dos jogadores/escritores’. Ao publicar a obra intitulada de “O Grande Jogo”, ele se juntou a nomes como Paulo André, ex-Corinthians e Athletico, responsável pelo livro “O Jogo da Minha Vida”.

O livro escrito por Alan Santos traz reflexões sobre o esporte e a fé. Ele começou a escrever quando estava no Botafogo, em 2019. Entre treinos e jogos, precisou de um ano e meio para terminar a obra, que foi publicada em outubro do ano passado, quando ele defendia as cores da Chapecoense.

– Foi como se fosse uma voz muito forte na minha mente pedindo para eu escrever tudo aquilo que eu tive de experiência, com intuito de poder ajudar. Não somente atletas, mas tem vários temas sobre o cotidiano de qualquer pessoa – contou o jogador.

Alan Santos gosta de ler e já publicou o próprio livro — Foto: Renan Ribeiro / TV Bahia

Alan Santos gosta de ler e já publicou o próprio livro — Foto: Renan Ribeiro / TV Bahia

A ideia de escrever o próprio livro partiu do hábito de ler, um dos principais hobbies do jogador. Entre os temas de preferência, estão religião e inteligência emocional, algo que ele passou a levar para dentro de campo – e que pode virar profissão no futuro.

É que Alan Santos planeja virar coach esportivo quando pendurar as chuteiras. Um profissional que cuida e auxilia no desenvolvimento de outros atletas.

“Já teve atleta que até zombou de mim pela forma como eu sou”, relatou o meio-campista.

– Por viver diferente do que muitos atletas vivem. E depois de dois ou três meses, o próprio atleta me ligar pedindo ajuda, conselhos – completou.

No esporte de alto rendimento, os coaches têm se tornado figurinhas carimbadas, até mesmo pelos recentes casos expostos de atletas com a saúde mental abalada, como a ginasta Simone Biles, que abriu mão de competir em algumas categorias nos Jogos de Tóquio.

– Esse fenômeno tem cada vez mais a tendência de aumentar. Aconteceu com [Gabriel] Medina agora de ficar fora do mundial [de surf], aconteceu com Simone Biles. A pressão de atleta de alto nível é muito grande. (…) A parte emocional, eu creio que no atleta de alto nível, hoje é 90%. O atleta se prepara, faz a parte física, mas, se ele não estiver bem psicologicamente, ele não entra em campo, não faz aquilo que ele tem que fazer – disse o jogador do Vitória.

Alan Santos citou também o caso de Neymar, com quem atuou por alguns anos no Santos. O jogador do Vitória conta ter visto de perto a pressão imposta sobre o atacante da Seleção.

– Desde o Santos, o Neymar já era muito pressionado emocionalmente, porque a expectativa nele era de resultados, né? Então hoje o resultado dele é ser melhor do mundo, ser campeão mundial, a expectativa que criamos nele é isso. Querendo ou não, bate muito na parte emocional – finalizou. *ge

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