Max Fercondini diz que viver no mar tem sido encantador

Por Folhapress

Depois de cruzar o Brasil em um avião monomotor e percorrer as estradas da América do Sul apenas com um motorhome, Max Fercondini, 33, se arriscou em uma viagem solitária pelas águas.

Desde meados de maio de 2018, o ator que já esteve em “Malhação (2001), “Viver a Vida” (2009) e “Morde & Assopra” (2011) viaja pelo Mar Mediterrâneo, nos entornos da Europa.

A vontade já vinha desde sua última viagem e a emoção era tanta que, em apenas dois meses, ele comprou um veleiro na Espanha, tirou a carteira internacional de Yachtmaster (que o permite navegar sem restrições pelo mundo) e se mudou para a Europa, dando a início à aventura -por enquanto, sem arrependimentos: “Confesso que viver no mar tem sido mais encantador”, diz Fercondini.

A ideia inicial era navegar pelo Caribe, mas a Europa acabou chamando mais a sua atenção por conta da história. “Agora estou em Lisboa, de onde saíram os grandes navegadores que exploraram o mundo, mas nos próximos meses volto para o Mediterrâneo e velejo até Istambul, na Turquia”, conta.

O passeio continua depois, voltando para a Espanha e passando por Marrocos, França, Itália, Grécia e Croácia.

O trajeto é invejável, mas o dia a dia a bordo não é tão simples. Enquanto está no mar, Fercondini acorda às 4h e prepara o barco para zarpar. Depois de se afastar da costa, por volta das 5h30, liga o piloto automático e o radar, regulando o despertador para o acordar a cada 15 minutos, enquanto o barco navega.

A prática é comum entre os que velejam sozinhos, e necessária para verificar se o barco está seguindo o rumo correto e se não há perigos à frente.

Às 11 horas, ele se levanta definitivamente, prepara o café da manhã e o almoço, e se dedica a escrever alguns parágrafos de seu próximo livro, que pretende lançar no início de 2019.

Ao final do dia, procura parar em um porto ou marina; se não encontra, a saída é parar em uma baía ou enseada para descansar. Ao todo, são de 12 a 17 horas de navegação, em companhia apenas de seu barco.

“Para mim, viajar é um desafio geográfico incrível e estar solo em um barco faz com que eu me coloque fora da zona de conforto, já que posso contar somente comigo mesmo”, diz.

De fato, ele já teve de enfrentar alguns desafios sozinho. Em uma de suas navegações, o motor do veleiro parou de funcionar e ele teve que recorrer somente às velas para conseguir entrar no porto da cidade de Caleta de Vélez, na Espanha.

A manobra foi um sucesso e, ao chegar no píer, Fercondini teve auxílio de marinheiros para amarrar o barco. Depois disso, foram duas semanas consertando o motor em um estaleiro.

Em sua última parada em terra, o ator esteve por Lisboa recebendo amigos em seu veleiro.  “A cidade está vibrante, cheia de atividades para os turistas, o clima no verão europeu aqui foi ótimo, até agora, e eu também tenho feito algumas amizades com pessoas de todas as partes do mundo”, diz, comparando a sua última visita à cidade, em 2008. “Eu nem chamo a cidade de Lisboa. Pra mim ela é LisÓtima”, brinca.

Na ocasião, também aproveitou para gravar alguns vídeos sobre a expedição, os bastidores e os lugares históricos.

Com tantos projetos e descobertas, Fercondini diz que não tem pensado em voltar a atuar. “Muitas pessoas me pedem nas minhas redes sociais para eu voltar a atuar, mas meu foco agora não é viver um personagem da ficção”, conta. “Minha vida tem sido o melhor filme que eu poderia interpretar.”

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