Jogos Paralímpicos chegam maiores e mais equilibrados a Paris 2024

Foto: Reprodução/Redes sociais

Apesar de sediar os Jogos Olímpicos de Verão por três vezes (1900, 1924 e 2024), esta é a primeira vez que Paris recebe a competição paralímpica

Desde que foram realizados pela primeira vez em Roma, em 1960, os Jogos Paralímpicos se consolidaram como o maior evento esportivo mundial envolvendo atletas com deficiências físicas (de mobilidade, amputações, ou paralisia cerebral), visuais (cegueira) e neurológicas. Visando a inclusão de todos, o evento segue crescendo, apesar dos obstáculos políticos, econômicos, sociais e, principalmente ligados aos direitos humanos, usados como justificativas pelas cidades-sede.


Jogos Paralímpicos chegam maiores e mais equilibrados a Paris 2024
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Com objetivos nobres de inclusão e alguma forma de reparação, a pré-história dos Jogos Paralímpicos tem sua origem em Stoke Mandeville, na Inglaterra, onde ocorreram as primeiras competições esportivas para pessoas com deficiência, como forma de reabilitar militares feridos ou com sequelas adquiridas na Segunda Guerra Mundial.

Apesar do sucesso das primeiras competições e do rápido crescimento do movimento paralímpico, foi somente a partir do apoio do Comitê Olímpico Internacional, após os Jogos de Seul, em 1988, que ocorreu a fundação, no ano seguinte, do Comitê Paralímpico Internacional. Desde então, os dois órgãos desenvolvem ações conjuntas visando ao desenvolvimento do esporte para atletas com alguma deficiência e os Jogos de Barcelona, em 1992, representam um marco para o evento, já que, pela primeira vez, os comitês trabalharam juntos para oferecer as mesmas condições de disputa e estrutura aos competidores.

A união das duas instituições foi fundamental para o desenvolvimento do esporte paralímpico, pois até mesmo a definição das sedes era motivo de polêmica e de desgaste, para organizadores e atletas, por causa da estrutura a ser criada e pela pouca importância dada à questão da acessibilidade. Após as duas primeiras edições em Roma (1960) e Tokyo (1964), os Jogos Paralímpicos só voltaram a acontecer na cidade oficial dos Jogos Olímpicos em Seul (1988).


Jogos Paralímpicos chegam maiores e mais equilibrados a Paris 2024
Na estreia do goalball feminino em Paris 2024, Brasil empatou contra a seleção da Turquia, atual bicampeã paralímpica. Foto: Ana Patrícia/CPB

Em 1968, a sede foi Tel Aviv (Israel), muitíssimo distante da Cidade do México. Em 1972 e em 1976, as competições ocorreram no mesmo país, em Heidelberg (Alemanha Ocidental) e em Toronto (Canadá), cidades diferentes de Munique e Montreal. Quatro anos depois, em 1980, as disputas não ocorreram em Moscou (União Soviética) e a Paralimpíada aconteceu em Arnhem (Holanda). Em 1984, os jogos se espalharam por dois países: Stoke Mandeville (Reino Unido) e New York (Estados Unidos), distantes de Los Angeles.

Um outro avanço importante no movimento paralímpico foi a realização da primeira edição dos Jogos de Inverno, em 1976, em Örnsköldsvik (Suécia), que também permitiu a possibilidade de mais atletas com alguma deficiência praticarem esportes em alto nível.

A primeira experiência paralímpica de Paris


Jogos Paralímpicos chegam maiores e mais equilibrados a Paris 2024
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Apesar de sediar os Jogos Olímpicos de Verão por três vezes (1900, 1924 e 2024), esta é a primeira vez que Paris recebe a competição paralímpica. A capital francesa, apesar de ter a acessibilidade como um de seus maiores desafios urbanos de inclusão, pode comemorar o feito de que, pela primeira vez na história do torneio, há igualdade entre homens e mulheres em todos os esportes, à exceção do Futebol de 5, que segue sendo exclusivamente masculino por ser o único reconhecido pela Federação Internacional dos Desportos para Cegos (IBSA), e do Rugby em Cadeira de Rodas que ainda é misto.

Pela primeira vez, os Jogos Paralímpicos compartilharão o mesmo logotipo das Olimpíadas correspondentes sem diferença nas cores e no design. Os eventos são representados por Marianne, a personificação nacional da França, com uma chama formada no espaço negativo por seus cabelos. O emblema também é uma forma de relembrar que a cidade foi a primeira na história em que mulheres puderam competir nos Jogos em 1900.

Segundo os organizadores, a decisão de unificar os logotipos foi tomada para lembrar os três pilares da Revolução Francesa (igualdade, liberdade e fraternidade), refletindo um desejo compartilhado entre os dois eventos e o objetivo de fortalecer o lugar do esporte na vida cotidiana das pessoas, independentemente de gênero, idade, deficiência ou não.


Jogos Paralímpicos chegam maiores e mais equilibrados a Paris 2024
Na estreia do goalball feminino em Paris 2024, Brasil empatou contra a seleção da Turquia, atual bicampeã paralímpica. Foto: Ana Patrícia/CPB

Assim como nos Jogos Olímpicos de 2024 e seguindo as diretrizes do Comitê Paralímpico Internacional, os atletas da Rússia e da Bielorrússia serão tratados como Atletas Paralímpicos Neutros e estão autorizados a participar apenas em esportes individuais, sendo vetada a exibição das bandeiras dos países, a execução dos hinos nacionais, e qualquer menção à Invasão da Ucrânia.

Essa edição também marca os retornos de Bangladesh (ausente desde Pequim 2008); Ilhas Salomão e Vanuatu (afastados desde Londres 2012); Timor-Leste, Macau, Myanmar, Tonga, Trinidad e Tobago e Turcomenistão (ausentes desde Rio 2016). Em Paris-2024, as delegações da Eritreia, Kiribati e Kosovo fazem a sua estreia nos Jogos Paralímpicos.

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Imagem ilustrativa da coluna Tabus, tretas e troças com Sílvio Tudela

Por: iBahia

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