Inflação sobe 0,43% em fevereiro, com nova pressão de alimentos e bebidas

por Folhapress

Mais una vez, a inflação seguiu com um crescimento estimulado pelo setor de alimentos e bebidas. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro apresentou alta de 0,43%, informou o IBGE nesta terça-feira (12). Em janeiro, o grupo já havia pressionado os preços.

Embora siga impactando o aumento dos preços, alimentos e bebidas perderam força na comparação com janeiro. Enquanto no primeiro mês do ano, houve um avanço do grupo de 0,90%, em fevereiro a alta caiu para 0,78%.

O destaque continuou vindo pelo preço do feijão carioca, que teve um crescimento bem acima do apresentado em janeiro. No índice passado, o produto registrou uma alta de 19,76%, e em fevereiro, chegou a um aumento de 51,58%. De acordo com o economista do IBGE Fernando Gonçalves, as hortaliças costumam subir de preço nesse período. “A demanda costuma aumentar nas estações mais quentes, então as variações são mais acentuadas”.

Além de alimentos e bebidas, o segmento educação também exerceu influência no avanço de fevereiro. O reajuste das mensalidades de cursos regulares fez com que o grupo apresentasse uma alta de 3,53% no mês –percentual inferior ao observado na inflação acumulada para 12 meses, de 3,89%.

“A alta do IPCA de fevereiro já era esperada dada a força do grupo educação, que sempre sobe em meses de fevereiro. É algo que já estava na conta”, disse Gonçalves.

“As mensalidades carregam normalmente a inflação anterior, mas tem o fator demanda também. Muitas escolas particulares estão segurando os aumentos para reter os alunos, já que em anos anteriores houve uma fuga para escolas públicas.”

Dos nove grupos analisados, apenas dois apresentaram comportamento negativo: o segmento de transportes e o de vestuários. No caso dos transportes, o maior impacto veio do preço das passagens aéreas que recuou 16,65% no período.

“As passagens têm um peso grande no orçamento das famílias. É um momento de fim de férias, começo das aulas, então os preços começaram a descer, também por conta do aumento no final do ano passado”, segundo Gonçalves.

A gasolina também ajudou a segurar a inflação ao apresentar queda de 1,26% no mês. O etanol, por sua vez, recuou 0,81%. A pesquisa Focus mais recente do Banco Central realizada junto a uma centena de economistas mostra que a expectativa para este ano é de uma inflação de 3,87%, indo a 4% em 2020.

O BC vem indicando que só a lenta atividade econômica e a inflação bem comportada não são suficientes para abrir espaço para eventual queda da taxa básica de juros, estacionada há quase um ano na mínima histórica de 6,5% ao ano.

O novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já sinalizou que deve manter a atual postura do BC na condução da política monetária ao pontuar que cautela, serenidade e perseverança são valores que devem ser preservados.

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