IBGE-BA: Puxado pelo algodão, valor da agricultura baiana cresce 12,2% em 2022, bate recorde de 2021 e chega a R$ 42,3 bilhões
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Puxado pelo algodão, valor da agricultura baiana cresce 12,2% em 2022, bate recorde de 2021 e chega a R$ 42,3 bilhões
** De 2021 para 2022, valor gerado pela agricultura no estado teve aumento absoluto de R$ 4,6 bilhões;
** Dos 46 produtos pesquisados na Bahia, 28 (60,9%) viram seu valor crescer entre 2021 e 2022, liderados pelo algodão herbáceo (mais R$ 3,2 bilhões), pelo milho (mais R$ 625,4 milhões) e pela soja (mais R$ 614,4 milhões);
** Dentre os 18 produtos com quedas no valor, os recuos mais expressivos vieram do cacau (menos R$ 430,4 milhões), da cana-de-açúcar (menos R$ 197,4 milhões) e do sisal (menos R$ 112,3 milhões);
** Em 2022, a Bahia manteve o 8º maior valor agrícola do Brasil, respondendo por 5,1% do total gerado pela atividade em nível nacional;
** Com altas entre 2021 e 2022, São Desidério subiu do 6º para o 5º maior valor da agricultura no Brasil, mas Formosa do Rio Preto caiu de 8º para 9º. Os dois municípios baianos são os únicos de fora da região Centro-Oeste entre os 20 maiores valores agrícolas do país;
** Influenciada pela soja, safra baiana de grãos teve queda de 5,8% na produção, entre 2021 e 2022, porém o valor gerado cresceu 17,5% no período, puxado pelo algodão herbáceo;
** O valor da fruticultura do estado seguiu em alta em 2022 (+8,9%), indo a R$ 4,9 bilhões. Juazeiro manteve a maior produção de manga e valor gerado do país; Bom Jesus da Lapa teve a maior safra de banana;
** Em 2022, Mucugê deixou de ser o maior produtor de batata-inglesa do Brasil, ficando em 2o lugar, mas manteve o maior valor de produção nacional do tubérculo;
** Com 63,2% da produção nacional, Bahia é a maior produtora de guaraná do país, tendo 6 dos 10 municípios com a maior safra do produto, liderados por Ituberá;
** As informações são da pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM), do IBGE. Ela investiga 66 produtos em todos os municípios do país, a partir de fontes secundárias de informação (associações de produtores, órgãos públicos e entidades diversas ligadas à agricultura, entre outras).
Entre 2021 e 2022, o valor da produção agrícola baiana teve novo crescimento nominal, o terceiro consecutivo (+4,6 bilhões ou +12,2%), passando de R$ 37,7 bilhões para R$ 42,3 bilhões, um novo recorde desde 1994, ano de implementação do Plano Real.
Com a restrição do comércio de algumas das principais commodities agrícolas, como a soja, por conta dos conflitos entre Rússia e Ucrânia, e o dólar mantendo sua valorização frente ao Real, os preços dos principais produtos agrícolas nacionais mantiveram-se em patamares elevados.
Assim, o ano de 2022 foi de ganhos para a produção agrícola em quase todo o país. No Brasil, o valor gerado também foi recorde: R$ 830,1 bilhões, 11,8% maior que o de 2021. O valor da produção aumentou em 25 das 27 unidades da Federação, 22 delas com crescimentos percentuais de dois dígitos.
O aumento absoluto do valor gerado pela agricultura na Bahia, frente a 2021, foi o 7o maior do país. Mato Grosso (mais R$ 231,1 bilhões), Minas Gerais (mais R$ 191,3 bilhões) e São Paulo (mais R$ 189,4 bilhões) lideraram, enquanto Rio Grande do Sul (menos R$ 26,1 bilhões) e Alagoas (menos R$ 262,0 milhões) foram os únicos estados com queda, entre 2021 e 2022.
Diante de resultados positivos disseminados, a taxa de crescimento do valor agrícola na Bahia (+12,2%) foi apenas a 20ª mais intensa do país. Espírito Santo (+55,1%), Rondônia (+47,8%) e Rio Grande do Norte (+33,3%) tiveram os maiores avanços percentuais.
Com o desempenho positivo, a Bahia manteve seus 5,1% de participação no valor total gerado pela agricultura brasileira, o 8º maior valor agrícola do país.
Mato Grosso (R$ 174,8 bilhões, 21,1% do total) continuou o líder do ranking estadual de valor gerado pela agricultura, em 2022. Entre 2021 e 2022, São Paulo subiu da 3ª para a 2ª posição (R$ 103,0 bilhões, 12,4% do total), e Minas Gerais passou da 5ª para a 3ª posição (R$ 87,3 bilhões, 10,5%).
A pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM), do IBGE, investiga 66 produtos em todos os municípios do país. Desses, 46 são cultivados na Bahia, 28 dos quais (60,9%) viram seu valor crescer entre 2021 e 2022, liderados, em termos absolutos, pelo algodão herbáceo (mais R$ 3,2 bilhões), pelo milho (mais R$ 625,4 milhões) e pela soja (mais R$ 614,4 milhões).
Dentre os 18 produtos com quedas no valor, os recuos mais expressivos vieram do cacau (menos R$ 430,4 milhões), da cana-de-açúcar (menos R$ 197,4 milhões) e do sisal (menos R$ 112,3 milhões).
De 2021 para 2022, São Desidério sobe do 6º para o 5º maior valor agrícola no Brasil; e Formosa do Rio Preto cai do 8º para o 9º
Dos 20 municípios com o maior valor da produção agrícola no país em 2022, apenas dois não estão localizados na região Centro-Oeste: as cidades baianas de São Desidério e Formosa do Rio Preto, no Oeste do estado.
Entre 2021 e 2022, São Desidério subiu do 6º para o 5º lugar entre os municípios com os maiores valores de produção do Brasil, ultrapassando Diamantino/MT. No período, a cidade teve o 5º maior aumento absoluto no valor da agricultura do país e o maior da Bahia, passando de R$ 6,4 bilhões para R$ 7,6 bilhões, mais R$ 1,2 bilhão em um ano, ou +19,3%.
Em 2022, o município foi o 4º maior produtor de soja e o 2º maior de algodão herbáceo do Brasil.
A produção de soja em São Desidério recuou entre 2021 e 2022, de 1,7 milhão de toneladas para 1,4 milhão (-216,0 mil toneladas ou -13,1%), porém o valor da produção aumentou 1,3%, de R$ 4,2 bilhões para R$ 4,3 bilhões.
Já a produção de algodão teve alta no município, de 483,3 mil toneladas em 2021 para 488,3 mil em 2022 (+4.952 toneladas ou +1,0%), sendo inferior apenas à registrada em Sapezal/MT (692,7 mil toneladas). No período, o valor da produção aumentou 63,4%, de R$ 1,7 bilhão para R$ 2,7 bilhões.
Formosa do Rio Preto se manteve no top-10 dos maiores valores da produção agrícola nacional, mas caiu do 8º para o 9º lugar. Ainda assim, o valor gerado pela agricultura no município cresceu de R$ 5,5 bilhões em 2021, para R$ 6,2 bilhões em 2022 (+11,5%, ou mais R$ 635,0 milhões).
Foi o 3º maior produtor de soja e o 7º produtor de algodão do país, em 2022.
A produção de soja em Formosa do Rio Preto também teve queda entre 2021 e 2022, de 1,9 milhão de toneladas para 1,6 milhão (-278,4 mil ou -15,0%), caindo do 2º para o 3º lugar entre os maiores produtores do país, abaixo de Sorriso/MT (2,1 milhões de toneladas) e Rio Verde/GO (1,6 milhão de toneladas). O valor da produção, porém, teve leve alta no período, de R$ 4,6 bilhões para R$ 4,7 bilhões (+1,5% ou mais R$ 68,3 milhões no período).
A produção de algodão no município teve leve crescimento entre 2021 e 2022, de 191,6 mil toneladas para 195,3 mil toneladas (+2,0% ou mais 3.740 toneladas). O valor gerado, porém, cresceu 76,1%, de R$ 618,9 milhões para R$ 1,1 bilhão no período (mais R$ 471,1 milhões no período).
No ranking baiano do valor da produção agrícola, os dez municípios mais bem colocados foram quase os mesmos em 2021 e 2022. Cocos caiu da 10ª para a 11ª posição, deixando o top-10, e Ibicoara entrou, subindo do 14º para o 10º lugar. Também houve troca de posição entre Barreiras, que assumiu a 3ª posição, e Correntina, que caiu para a 4ª.
Safra baiana de grãos caiu (-5,8%) entre 2021 e 2022, mas teve aumento no valor de produção (+17,5%), puxada pelo algodão
Os cereais, leguminosas e oleaginosas, grupo de 15 produtos comumente chamados de grãos, são commodities responsáveis por quase R$ 7 em cada R$ 10 gerados pela agricultura brasileira (68,5% do valor total nacional, ou R$ 568,2 bilhões). Na Bahia, este percentual é um pouco maior: 69,7% do valor total estadual ou R$ 29,5 bilhões.
O estado teve queda na produção de grãos, entre 2021 e 2022, de 10,8 milhões de toneladas para 10,2 milhões (-5,8%). Ainda assim, o valor da produção em 2022 chegou a R$ 29,5 bilhões, 17,5% a mais do que em 2021 (R$ 25,1 bilhões), e o mais alto desde o início do Real, em 1994.
Assim, a Bahia manteve a 7ª participação no valor gerado pelos grãos no país, com 5,2% do total nacional, que foi de R$ 568,2 bilhões. A fatia do estado no valor nacional dos grãos cresceu frente a 2021, quando era 4,7% do total.
O algodão foi o produto agrícola com o maior crescimento absoluto do valor gerado da Bahia: de R$ 4,1 bilhões em 2021 para R$ 7,3 bilhões em 2022 (mais R$ 3,2 bilhões ou +79,4% em um ano). O grão tem o segundo maior valor de produção da agricultura do estado, que representa 17,7% do total.
Além disso, o volume de produção do algodão no estado também aumentou. Em 2022, foram colhidas 1,357 milhão de toneladas, 166 mil toneladas a mais do que em 2021 (+13,9%).
Com isso, a Bahia se manteve como o 2º maior produtor de algodão do Brasil, tanto em quantidade (21,1% do total nacional), quanto em valor (22,0% do total gerado pelo produto). Só fica atrás de Mato Grosso, que detém 68,5% da produção brasileira de algodão (4,4 milhões de 6,4 milhões de toneladas) e 70,8% do valor gerado pela cotonicultura (R$ 23,5 bilhões de R$ 33,1 bilhões).
Já a soja, principal produto agrícola da Bahia, em valor e quantidade produzida, foi quem puxou a redução da produção de grãos no estado, em 2022. No ano passado, foram colhidas 6,1 milhões de toneladas do produto, 11,2% a menos do que em 2021 (-766 mil toneladas).
Ainda assim, houve aumento no valor da produção da soja no estado, que passou de R$ 17,5 bilhões em 2021 para R$ 18,1 bilhões em 2022, um recorde desde o início do Plano Real (mais R$ 614,4 milhões ou +3,5% em um ano).
A soja respondia, em 2022, por R$ 4 de cada R$ 10 gerados pela produção agrícola baiana (42,9% do valor total do estado).
Mesmo com a redução na produção, a Bahia seguiu a 7ª maior produtora nacional da oleaginosa, com 5,0% das 120,7 milhões de toneladas colhidas em todo o Brasil, em 2022.
Terceiro produto que mais gera valor para a agricultura baiana, o milho em grão rendeu, em 2022, R$ 3,2 bilhões ou 7,6% de todo o valor agrícola do estado. Também foi um montante recorde para o produto desde o início do Real, com aumento de 24,1% frente a 2021 (mais R$ 625,4 milhões).
Além da alta no valor da produção, houve discreto aumento no volume de milho colhido em 2022, que foi de 2,5 milhões de toneladas, 10.944 toneladas a mais que em 2021 (+0,4%). Apesar da variação positiva, a Bahia caiu do 8º para o 9º lugar no ranking nacional de produtores, mas subiu do 10º para o 9º lugar em relação ao valor da produção.
Fruticultura baiana gerou R$ 4,9 bi em 2022; Juazeiro seguiu com a maior produção de manga do país, e Bom Jesus da Lapa, de banana
O grupo das frutas reúne 21 produtos também importantes para a economia da Bahia e que, em 2022, viram seu valor crescer pelo quarto ano consecutivo, atingindo um novo patamar recorde desde o início do Real.
Em 2022, a fruticultura baiana gerou R$ 4,9 bilhões. O estado respondia por 8,4% do valor da fruticultura nacional (R$ 59,3 bilhões), com o terceiro maior montante, abaixo apenas de São Paulo (R$ 16,8 bilhões ou 28,3% do total) e do Pará (R$ 8,1 bilhões ou 13,7% do total).
Frente a 2021, o valor da produção da fruticultura na Bahia cresceu 8,9%, o que representou mais R$ 406,1 milhões em um ano. Esse avanço ocorreu apesar da queda na quantidade produzida, de 3,594 milhões de toneladas em 2021 para 3,487 milhões de toneladas em 2022 (-106,5 mil t ou -3,0%).
O principal município baiano na fruticultura é Juazeiro, que teve aumento de 7,3% no valor gerado entre 2021 e 2022, chegando a R$ 875,9 milhões. A cidade segue como a 3ª maior do país em valor de produção frutícola, atrás apenas de Igarapé-Miri/PA (R$ 1,6 bilhão) e Petrolina/PE (R$ 1,6 bilhão).
O município de Casa Nova ultrapassou Bom Jesus da Lapa e se tornou a 2ª principal cidade baiana no valor gerado pela fruticultura. Entre 2021 e 2022, Casa Nova cresceu 5,4% nesse indicador, chegando a R$ 340,5 milhões, porém caindo da 13ª para a 19ª colocação nacional.
Bom Jesus da Lapa é o terceiro município baiano entre os maiores valores da produção de frutas. Entre 2021 e 2022, porém, ele caiu da 11ª para a 24ª posição no ranking nacional, com retração de 23,1%, indo a R$ 298,4 milhões.
Juazeiro e Casa Nova têm a manga como principal produto frutícola. Já Bom Jesus da Lapa segue com a maior safra de banana do Brasil (179.903 t), embora tenha perdido a liderança no valor gerado, ficando com a 2ª posição (R$ 287,8 milhões).
A Bahia manteve seu destaque nacional em relação à manga, sendo o maior produtor, em volume colhido, e sustentando o maior valor de produção do país.
De 2021 para 2022, a produção baiana de manga cresceu 4,8%, chegando a 663.814 toneladas, 30,6 mil toneladas a mais do que em 2021. O valor de produção, porém, caiu 3,2%, para R$ 989,3 milhões (menos R$ 33,0 milhões).
Em 2022, Juazeiro seguiu na liderança, tanto na produção de manga, quanto no valor gerado, com 362,4 mil toneladas da fruta (+12,5% do que em 2021), que geraram R$ 532,0 milhões (+0,2% frente a 2021).
A produção de manga em Casa Nova aumentou 5,4%, chegando a 110,4 mil toneladas, porém o município foi ultrapassado por Belém de São Francisco/PE e caiu da 3ª para a 4ª posição entre os maiores produtores do país. O valor gerado teve crescimento de 2,7%, chegando a R$ 165,3 milhões.
Mucugê perde a maior produção, mas segue com o maior valor da batata-inglesa no país
Além de gerar riqueza, por meio de produtos de alto valor econômico como as commodities e as frutas, a agricultura também tem importância fundamental na produção de alimentos. Vale destacar na Bahia a batata-inglesa.
A produção baiana de batata cresceu 2,4% entre 2021 e 2022, indo a 403.538 toneladas (+9,6 mil toneladas em um ano), mantendo o 5º lugar no país. O valor gerado, porém, caiu 8,0%, para R$ 618,9 milhões – o 5º maior do país.
É na Bahia, que estava, em 2022, o 2º maior produtor de batata-inglesa do Brasil em volume, e o líder no valor da produção: Mucugê. O município, que liderava a produção nacional de batata-inglesa em 2021, acabou perdendo a 1a colocação para Perdizes/MG. A produção de batata em Mucugê caiu 17,8% entre 2021 e 2022, ficando em 228.312 toneladas, um pouco abaixo do município mineiro, que colheu 228.350 toneladas.
Já em termos de valor da produção, apesar de ter tido queda de 14,9% de 2021 para 2022, Mucugê seguiu na liderança nacional, com R$ 468,0 milhões.
Bahia lidera a produção nacional de guaraná, com 6 dos 10 municípios de maior safra do país
Em 2022, apesar de uma ligeira queda na produção, a Bahia seguiu como a maior produtora de sementes de guaraná do país, sendo responsável por 63,2% de toda a safra do país. No ano, o estado produziu 1.554 toneladas da semente, 15,1% a menos do que em 2021 (1.831 toneladas).
A produção gerou para o estado um valor de R$ 23,8 milhões, 4,1% menor do que o gerado em 2021, mas ainda representando mais da metade (52,0%) do valor nacional (R$ 45,8 milhões).
Dos 10 municípios com a maior produção de guaraná no país, 6 estavam na Bahia, liderados por Ituberá, com 407 toneladas. Também figuravam no top-10: Valença (320 t, 3º), Taperoá (312 t, 4º), Camamu (175 t, 5º), Presidente Tancredo Neves (80 t, 8º) e Teolândia (44 t, 10º).
Fonte-Coordenação de Divulgação do Censo 2022