Hospital São Rafael realiza, de forma pioneira, combinação de procedimentos para doença no coração

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Hospital São Rafael realiza, de forma pioneira, combinação de procedimentos para doença no coração

Numa mesma cirurgia, foi feito tratamento conjunto para cuidar do mal funcionamento de uma válvula do órgão e uma arritmia que poderia levar a AVC; paciente idoso já recebeu alta

O HSR (Hospital São Rafael), da Rede D’Or, acaba de realizar procedimento cirúrgico em um paciente de 76 anos, que apresentava quadro delicado, de insuficiência tricúspide torrencial, que é o mal funcionamento de uma das válvulas que regulam a entrada de sangue no coração. Também foi detectado risco muito elevado de AVC (acidente vascular cerebral), problema relacionado a uma arritmia e a uma região do coração chamada apêndice atrial esquerdo. Após a cirurgia, o paciente teve alta médica em cinco dias.

A combinação dos dois tratamentos, com as técnicas utilizadas, é pioneira na Bahia e um dos primeiros casos no país. “Tratamos a válvula tricúspide com o dispositivo TricValve e, de forma pioneira no Brasil, realizamos o procedimento de fechamento do apêndice atrial esquerdo com o dispositivo Watchman FLX, no mesmo paciente e no mesmo momento, para evitar novos AVCs e para reduzir o risco de sangramento”, explicou o cardiologista do HSR, Carlos Vinícius Espirito Santo.

Segundo o médico, antes da cirurgia o paciente apresentava sintomas relacionados ao mal funcionamento da válvula tricúspide, com acúmulo de líquidos no abdômen e membros inferiores, e muita fadiga. Tinha alto risco de AVC, sangramento gastrointestinal, disfunção renal, uso crônico de anticoagulantes, hipertensão arterial, diabetes e já havia passado por procedimentos cardiológicos anteriores.

Válvula

Carlos Vinícius diz que a válvula tricúspide ficou durante muito tempo “esquecida” dos tratamentos intervencionistas da cardiologia. Ele informa que, nos últimos anos, a comunidade médica tem reconhecido mais adequadamente o impacto do mal funcionamento dessa válvula para os pacientes. “Começamos a graduar a sua disfunção em cinco estágios. A insuficiência tricúspide torrencial, como é este caso, é o estágio mais avançado, porque é quando ocorre o máximo de vazamento pela válvula”.

A respeito do apêndice atrial esquerdo, o tratamento prevê a obstrução completa dessa cavidade do coração com o implante de uma prótese. “Essa cavidade é onde quase 100% dos coágulos se formam com risco de se deslocar para o cérebro. Para os pacientes com esse quadro, realizamos o procedimento de fechamento do apêndice como prevenção para o AVC, que é a doença que mais mata em nosso país e, quando não mata, gera muita incapacidade nos pacientes”, afirma.

Participaram diretamente do procedimento uma equipe de mais de dez profissionais, entre os quais o cardiologista responsável pelo paciente, Marcus Vinicius Freire; o cardiologista Carlos Vinícius Espirito Santo; os cardiologistas intervencionistas Antônio Neri e Thiago Ribeiro; o anestesiologista Antônio Jorge Barreto, e o coordenador da Cardiologia do hospital, Rodrigo Morel. Estavam assistidos pelas equipes de ecocardiografia, anestesiologia, radiologia, farmácia de hemodinâmica, técnicos de enfermagem e enfermeiros.

Disponível

O procedimento passa a integrar o rol de serviços disponibilizados pelo hospital para seus pacientes. Carlos Vinícius lembra que, em 2018, o HSR já havia sido pioneiro no Estado, na técnica de oclusão de apêndice atrial esquerdo. Mais adiante, em 2023, o hospital também foi o primeiro no Estado a utilizar terapia com dispositivo TricValve para tratar válvula tricúspide.

“Achamos fundamental a disponibilização desses procedimentos pelo São Rafael. Aumenta-se a gama de intervenções realizadas, ao mesmo tempo em que se ratifica a característica do hospital em tratar pacientes com técnicas de altíssima complexidade”, diz.

Elis Ramos

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