Greve dos professores de universidades federais termina após 69 dias
Retorno às atividades acadêmicas dependerá das decisões internas de cada universidade federal, que terão autonomia para definir seu calendário
Os professores das universidades federais decidiram encerrar a greve nacional, que teve início em abril deste ano em instituições de ensino superior por todo o país. A decisão foi tomada neste domingo (23).
A votação que colocou fim à greve ocorreu após assembleias estaduais, onde uma maioria votou a favor da proposta de reajuste enviada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início deste mês.
Os professores das universidades federais aceitaram uma proposta que inclui reajustes salariais para os anos de 2025 e 2026, com percentuais variados para cada categoria profissional.
Além disso, o acordo proposto pelo governo também contempla a revogação de uma portaria, emitida em 2020, que aumentou a carga horária mínima semanal dos professores.
Paralisações dos professores de universidades federais serão encerradas a partir de quarta-feira (26)
De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), o comando nacional da greve determinou que as paralisações serão encerradas a partir de quarta-feira (26), quando a entidade planeja assinar um acordo com o Ministério da Gestão e Inovação para consolidar os termos da proposta.
Segundo o Andes-SN, as paralisações devem ser completamente suspensas até o dia 3 de julho.
O retorno às atividades acadêmicas dependerá das decisões internas de cada universidade federal, que terão autonomia para definir seu calendário acadêmico.
Antes do anúncio do Andes-SN, outras categorias envolvidas na greve da educação federal também decidiram encerrar suas paralisações. Apenas os técnicos-administrativos vinculados às universidades federais ainda não aceitaram o acordo.
Greve da rede federal
A decisão deste domingo (23) marca o término de uma greve que se estendeu por mais de 60 dias, representando um movimento significativo de retorno às atividades por parte dos professores das instituições do país.
Até o momento da decisão, conforme informado pela entidade que representa os docentes, 55 universidades ainda estavam em greve.
Durante a última semana, entretanto, várias instituições indicaram sua intenção de encerrar a paralisação e aceitar os termos da proposta de acordo enviada pelo governo. Este foi o caso, por exemplo, dos docentes da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que optaram por retomar as aulas.
Antes do anúncio dos professores das universidades federais neste domingo, outras categorias também decidiram encerrar suas paralisações.
Professores e técnicos-administrativos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) e outras unidades de ensino básico, técnico e tecnológico aceitaram as propostas do governo federal.
De acordo com o sindicato que representa essas categorias, a greve nos IFs deve ser finalizada até o próximo dia 26, com a assinatura de um acordo junto ao Ministério da Gestão.
Além dessas categorias, os técnicos-administrativos vinculados às universidades federais também iniciaram uma greve no início de abril. No entanto, foram os únicos a rejeitar, em 21 de junho, a proposta de reajuste enviada pelo governo.
A Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) tem uma reunião marcada para esta segunda-feira (24) para discutir novas estratégias em relação à categoria.
O Ministério da Gestão e Inovação espera concluir todas as negociações até quarta-feira (26).
Naiana Ribeiro- iBahia