Gastronomia sustentável é tendência de mercado

Há cada vez mais consumidores preocupados com o meio ambiente, inclusive na hora de escolher alimentos e fazer as refeições 

 

Proteger os recursos naturais para que eles estejam disponíveis para as gerações futuras passa também pelas nossas necessidades alimentícias e os consumidores estão cada vez mais antenados na sustentabilidade.

 

Com um estudo de 2019 realizado pela agência de pesquisa Union + Webster, divulgado via Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), esse movimento de consumo ficou evidente.

 

87% dos brasileiros prefere comprar produtos e serviços de empresas sustentáveis, e 70% sequer se importa em pagar um pouco mais por isso. O mesmo estudo também mostrou que negócios que adotam práticas mais sustentáveis são mais bem vistas por funcionários, fornecedores e clientes.

 

Um outro estudo, desta vez da Tetra Pak em parceria com o Instituto Ipsos, realizado durante a pandemia de Covid-19 revelou que, entre as questões que devem ser priorizadas pelas marcas, 46% da população brasileira menciona como prioridade a produção de alimentos de forma sustentável.

 

Em meio a esse cenário, a gastronomia sustentável desponta como tendência no mercado entre aqueles que se interessam em consumir refeições sustentáveis em empreendimentos mais preocupados com o meio ambiente, provenientes de um ciclo mais verde.

O que é a gastronomia sustentável

No prato, a gastronomia sustentável representa uma deliciosa refeição feita a partir de alimentos naturais e nutritivos.

 

Porém, o conceito também pressupõe práticas sustentáveis nas etapas de preparo dos alimentos.

 

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estima que cada brasileiro joga no lixo mais de 40 kg de comida anualmente.

 

Apenas com esta informação, já é possível deduzir que a gastronomia sustentável se preocupa também com a redução na geração de resíduos, e portanto busca aproveitar integralmente todos os alimentos.

 

O movimento busca, ainda, proteger e utilizar de forma consciente produtos em risco de extinção, como o palmito-juçara, e valorizar a agricultura familiar, além de pecuária e pesca sustentáveis.

 

Juntas, essas práticas promovem ganhos na qualidade de vida da população local e para o meio ambiente.

Sustentabilidade fora do prato

A gastronomia sustentável não para por aí. O consumo mais sustentável de alimentos exige uma mudança nas atividades das empresas do setor alimentício.

 

As preocupações com o meio ambiente precisam ser transformadas em ações sustentáveis em toda a cadeia. Dentro desta ideia, compreende-se a prática sustentável desde a produção dos alimentos, passando pela gestão operacional de restaurantes e supermercados até a casa do consumidor.

 

Por exemplo, é amplamente sabido que a pecuária tem um impacto negativo no meio ambiente. De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a atividade representa 18% das emissões de gases do efeito estufa geradas pelo homem.

 

Por outro lado, a produção de alimentos nos moldes da agricultura familiar e orgânica gera menos impactos nocivos ao meio ambiente, com consumo reduzido de água e baixa emissão de carbono na atmosfera.

 

Sendo assim, maneirar no consumo de carne e aumentar o consumo de alimentos locais traz novamente a sustentabilidade à mesa.

 

Existem muitas outras formas de minimizar os impactos ambientais do setor alimentício. A reciclagem do lixo e resíduos, a diminuição do uso de embalagens, a extinção de itens descartáveis, o reuso da água, a utilização consciente dos agrotóxicos são apenas alguns exemplos.

Sustentabilidade dentro de casa

A gastronomia sustentável pode ser adotada dentro de casa, pois o consumo no lar também tem participação nesse movimento.

 

Cozinhar de maneira sustentável começa com planejamento. Antes de ir às compras, o ideal é conferir o conteúdo da geladeira e da despensa, buscando receitas que possam ser feitas com os itens que o consumidor já possui.

 

A ida ao mercado deve ser feita de forma a complementar o cardápio e a preferência deve ser por incorporar frutas, verduras e legumes sazonais produzidos localmente, priorizando os alimentos orgânicos. Além disso, existem alguns supermercados online que já têm sessões apenas para quem prefere esse tipo de alimento.

 

Evite comprar produtos que venham embalagens desnecessárias e não acondicione as compras em sacolas plásticas. Em vez disso, coloque-os diretamente em uma bolsa reutilizável ou até mesmo no bom e velho carrinho de feira.

 

Uma vez na cozinha, os alimentos precisam ser higienizados e aproveitados ao máximo.

 

A lavagem pode ser feita deixando-os de molho em água e água sanitária, evitando o uso da água corrente. Cascas, talos e sementes são nutritivos e saborosos, e podem ser usados em receitas criativas, que também fazem parte da sustentabilidade na gastronomia.

 

Procure cozinhar a quantidade certa de comida para o número de pessoas que irão comer no tempo estabelecido para tal. As sobras devem ser armazenadas em recipientes de vidro, identificadas com a data, e guardadas no refrigerador ou congelador para consumo posterior.

 

Se houver resíduos, eles devem ser descartados adequadamente. O material orgânico pode ir para uma composteira. Já os recicláveis devem ser separados para a coleta seletiva, ou ser reaproveitados em casa para novos usos.

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