Doença inflamatória pélvica (DIP) pode afetar a fertilidade feminina
Créditos: Christiane Midlej-Dr Agnaldo Viana é médico do IVI Salvador
Doença inflamatória pélvica (DIP) pode afetar a fertilidade feminina
A gravidez é o sonho de muitas mulheres. Mas algumas doenças e condições podem provocar consequências significativas e afetar a saúde reprodutiva. A Doença Inflamatória Pélvica (DIP), é uma delas. Estima-se que a condição acomete 3,8% das mulheres entre 15 e 73 anos e afeta de maneira mais intensa as mulheres em idade reprodutiva. Isso porque na maioria das vezes, está associada a Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A DIP é uma das causas mais comuns da infertilidade feminina.
A doença geralmente é silenciosa, mas provocar sintomas, como dor na pelve e desconforto durante a relação sexual. O diagnóstico precoce evita o comprometimento dos órgãos do sistema reprodutor e reduz o risco de infertilidade e outras complicações durante a gestação. A doença tem cura e o quanto antes a DIP for diagnosticada e tratada, melhor e mais efetivo será o tratamento.
“A dificuldade para engravidar é uma das complicações mais graves da ausência de tratamento. Nos casos mais graves, a infecção pode causar abscessos, aderências e obstruções nas tubas uterinas. Se as bactérias atingirem o útero, a doença também pode afetar a receptividade endometrial”, alerta o médico Agnaldo Viana, do IVI Salvador.
A infecção causada pela DIP se dá pela entrada de microrganismos pelo canal vaginal. Eles se espalham para os demais órgãos do sistema reprodutor (útero, tubas uterinas e ovários). É uma complicação causada, normalmente, por uma Infecção Sexualmente Transmissível, através do sexo desprotegido (as mais comuns são clamídia e gonorreia não tratadas). De forma rara, procedimentos como a inserção de dispositivo intrauterino (DIU), a biópsia uterina ou uma curetagem também podem causar o problema.
Em muitos casos, a doença inflamatória pélvica não chama atenção, um fator preocupante, porque a infecção se agrava rapidamente. Além da dor pélvica, dor durante a relação sexual e desconforto abdominal, podem ser sintomas o corrimento vaginal com cor e forte odor e sangramento fora do período menstrual e/ou durante a relação sexual. Podem ainda acontecer irregularidades na menstruação, dor ao urinar, fadiga, vômitos, febre e o mais temido de todos: a infertilidade.
A doença inflamatória pélvica pode causar a formação de tecido cicatricial, tanto fora, quanto dentro das trompas de falópio, o que pode levar ao bloqueio das trompas e dificuldade de engravidar. A DIP pode gerar alterações que dificultam a condução do óvulo/embrião para dentro da cavidade uterina, o que resulta em uma gravidez fora do útero (gravidez ectópica), resultando em sangramento com risco de vida, requerendo atenção médica de emergência. Infelizmente, em alguns casos, os ovários e o útero são severamente comprometidos pela DIP e o médico pode ter que fazer a remoção deles.
O alerta dos médicos é que a DIP não é simples de ser diagnosticada, pois os seus sintomas são semelhantes aos de outras doenças que também atingem o sistema reprodutor feminino. Por isso, a necessidade de um olhar mais cuidadoso. O diagnóstico é feito com base na avaliação dos sintomas relatados, junto com um exame ginecológico e, para complementar, exames de imagem.
O tratamento é definido de acordo com o agente transmissor da infecção. Se ela for causada por bactérias, a doença é tratada com antibióticos. Nos casos mais graves, pode ser necessária a internação e a administração de antibióticos por via endovenosa. O tratamento deve ser definido de forma individualizada, analisando as particularidades de cada caso.
Após concluir o tratamento da doença, e eliminar todas as infecções ativas, a reprodução assistida pode ser realizada. Em seguida, o casal passa por uma avaliação para definir a técnica mais adequada e com maiores chances de sucesso. Nos casos em que a infertilidade é causada pela DIP, a fertilização in vitro (FIV) é a mais indicada.
Sobre o IVI – RMANJ
IVI nasceu em 1990 como a primeira instituição médica na Espanha especializada inteiramente em reprodução humana. Desde então, ajudou no nascimento de mais de 250.000 crianças, graças à aplicação das mais recentes tecnologias em Reprodução Assistida. No início de 2017, a IVI fundiu-se com a RMANJ, tornando-se o maior grupo de Reprodução Assistida do mundo. Atualmente são em torno de 80 clínicas em 9 países e 7 centros de pesquisa em todo o mundo, sendo líder em Medicina Reprodutiva. Em 2023, a unidade IVI Salvador completa 13 anos. https://ivi.net.br/ http://www.ivirma.com/
Christiane Midlej