Depressão em idosos: quais os sinais?

Por Bem Estar

Em que momento da vida a solidão se transforma em depressão? É um processo lento, quase imperceptível. “Acho que é uma coisa que vai nos pegando devagarzinho, quando os filhos crescem, casam, constituem suas famílias. A gente vai pensando: nossa, o que eu faço? Agora não sirvo para mais nada?”, relata a aposentada de 80 anos Cezanil Di Giacomo.

A depressão em idosos foi o tema do Bem Estar desta quinta-feira (22). Participaram do programa o psiquiatra Ricardo Moreno e a geriatra Thais Ioshimoto.

Ficar solitário é realmente um gatilho para a depressão. Por isso, é importante construir uma rede de relacionamentos reais. Além disso, o contato humano estimula o cérebro e o autocuidado, como realizar atividade física, dar mais atenção à alimentação, e também garante amparo em momentos de necessidade.

Sinais de depressão nos idosos

Os sinais são diferentes nos idosos. Eles podem não relatar tristeza, desânimo, mas podem apresentar ansiedade, queixas físicas, pessimismo. É preciso atenção! A depressão também pode piorar o controle da diabetes, hipertensão.

“Às vezes, um quadro que a família vai entender como uma demência, vai se preocupar, pode ser um quadro de depressão que faz com que ele se desinteresse pelo ambiente, com que ele fique desatento”, alerta a psiquiatra Carmita Abdo.

Tratamento

Tratar a depressão do idoso também é diferente. Ele exige mais cuidados do que um adolescente ou um adulto. É preciso saber com detalhes como estão órgãos como fígado, rim. Isso porque eles podem ser afetados pelos antidepressivos. “Tem que tomar cuidado com a dose, porque o metabolismo do idoso é mais lento e essas drogas são metabolizadas no fígado. Se a gente der uma dose excessiva, esse remédio vai ficar muito tempo circulando, o que não é bom”, explica o psiquiatra Carlos Galduróz.

As condições do cérebro também influenciam o tratamento. “O cérebro do idoso está numa fase degenerativa. O número de neurônios vai diminuindo com o passar dos anos. Interfere até no prognóstico e talvez a pessoa com bastante idade não consiga ficar sem o remédio, por falta de neurônios”, completa Galduróz.

 Cartilha da solidão

Uma cartilha para combater a solidão, principalmente entre idosos. Essa é a ideia do governo inglês, que criou o ‘Ministério da Solidão’. A solidão atinge um em cada sete britânicos.

A primeira-ministra anunciou uma verba equivalente a R$ 9 bilhões para projetos comunitários nos próximos cinco anos. O dinheiro vai para construção de espaços de artes, jardins, aula de culinária, clubes de caminhada. Qualquer projeto que promova encontros.

O risco de morte entre solitários aumenta em 26% – mais ou menos o mesmo que a obesidade e tão prejudicial quanto fumar 15 cigarros por dia. Solidão é um problema de saúde pública.

Foto: reprodução

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