Cram de Valença tem aumento de 57% nos atendimentos em 2017; Mais de duas mil mulheres já foram atendidas




Mulheres de Valença, Cairu, Tancredo Neves, Ituberá e Camamu foram as que mais procuraram o serviço.

Por Joberth Melo

O Centro de Referência e Atendimento a Mulher (Cram), localizado em Valença, divulgou um relatório de atendimento do órgão desde a sua implantação em 2010. Conforme o documento, mulheres de ao menos 10 municípios do baixo sul foram atendidas até o ano de 2017. 1270 pessoas entre 2010 a 2016 e 735 no ano passado. O número de atendimentos em 2017 equivale a pouco mais de 57% dos atendimentos comparado com os dos primeiros seis anos do órgão.

O relatório também mostra que 57% das mulheres atendidas nos seis primeiros anos de funcionamento não registraram boletim de ocorrência. O agressor é a pessoa que mantém relação amorosa em 57% dos casos e 38% das mulheres atendidas moravam na casa do companheiro.

Conforme a assessora do Cram, Luciane Silva, a maioria das mulheres que procuram o órgão de alguma forma deseja que os assistentes conversem com os agressores. “Muitas vezes a mulher tem esperança que esse agressor mude”. Ainda segundo a assessora, esta esperança é um dos fatores para a maioria não registrar o boletim de ocorrência.

Luciane relata também que há um esquema de segurança nos atendimentos. “Algumas situações não orientamos inicialmente o registro do boletim de ocorrência, já que muitas delas retornam para a casa dos agressores, onde estes vão receber a intimação. Pedimos que primeiro elas saiam e se protejam”, disse.

O documento informa ainda que a maioria delas estava sofrendo violência psicológica, seguido pela moral, física, patrimonial e sexual. 71% moravam na zona urbana. A grande parte era solteira e estava desempregada no momento em que procuraram o serviço.

A assessora do Cram disse que a elevação dos registros em 2017 está relacionada a campanhas realizadas pelo órgão. “A gente fez parcerias com as Secretarias de Saúde e Educação. Foram seis meses em que mais dialogamos e fizemos palestras em escolas, associações e postos de saúde. A partir da divulgação as mulheres nos procuraram”, relatou. Apesar disso, Luciane lembra que esses dados ainda não estão de acordo com a realidade.



Cram

O Cram tem o objetivo de oferecer assistência psicológica, jurídica, social e pedagógica às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Também resgatar autoestima, proporcionando empoderamento de sua ação na família e na sociedade.

O órgão oferece atividades terapêuticas e educativas, acolhimento e escuta qualificados, acompanhamentos psicológicos e sociais, encaminhamento à rede de Atendimento e apoio às Mulheres.

O Cram está localizado na Praça Dois de Julho, n° 14, Centro. Telefone: (75) 3643 – 1601.

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