Colunista Moacir Saraiva: “As excelências imexíveis”

Época de Covid-19, toda a população brasileira e boa parte do povo do mundo está mudando hábitos, alguns apenas se trancando em casa, mas com todo o conforto da casa e com alimentos à disposição, buscando atividades criativas, lendo, escrevendo, vendo filmes e apenas o incômodo de não poder sair. Outras trancadas e sem recursos para ficar reclusas um tempo maior, pois não têm como fazer dinheiro, uma vez que o dinheiro é ganho no dia a dia. Nesses o desespero já bateu e os desdobramentos não se sabe quais serão, pois um ser humano desesperado não se pode mensurar o que ele é capaz de fazer.

Muitos empresários no desespero sem poder pagar aos funcionários, outros já demitindo em massa, muitos empregados, também preocupados com o seu sustento, uma vez que na empresa parada não entra dinheiro e consequentemente de onde aparecerá dinheiro para pagar seus salários?

Esse furdunço já ultrapassou 15 dias e, em algumas regiões do país, já se percebem, ainda que diminutas, manifestações movidas pelo desespero e ninguém pode prever as consequências desses seres humanos desesperados.

E as excelências imexíveis?

Estão muito bem aninhados nas confortáveis salas do congresso nacional, nas assembleias estaduais, nas câmaras municipais e nos prédios suntuosos do judiciário. Todos eles são imexíveis, nada, nada mesmo lhes acontece, o Brasil está em estado de guerra contra o Virus, mas eles não estão nem aí para o que a população atravessa e para a economia do país. Alguns, inclusive, aproveitando da miséria e fazendo palanque político para as próximas eleições. Algo nojento demais, mas do ser humano espera-se tudo e mais alguma coisa.

Alguns dados para mostrar que o Congresso Nacional e o Judiciário brasileiros, do ponto de vista das benesses do erário, estão fora da realidade brasileira: “Os dados mais recentes da Comissão Europeia para a Eficiência da Justiça (Cepej) mostram que o Brasil não só paga a seus juízes mais que países europeus, mas o poder judiciário brasileiro também é mais caro que o destes países, considerando o tamanho das nossas economias.

De acordo com um levantamento de 2017 da entidade, nenhum país europeu o gasto com o judiciário ultrapassou 0,7% do Produto Interno Bruto em (PIB), em 2015. No Brasil, o relatório Justiça em Números informa que, em 2016, o Judiciário consumiu o equivalente a 1,4% do PIB do país – ou R$ 84,8 bilhões, em valores da época.

Desses R$ 84 bilhões, quase tudo (89%) foi de gastos com pessoal, inclusive pensões e aposentadorias. Em termos de custo por pessoa, os magistrados mais caros são os da Justiça Federal, com um custo de R$ 50,8 mil por mês.

*A reportagem foi originalmente publicada em 09/08/2018 e atualizada pela última vez no dia 07/11/2018, após a aprovação no Senado”

Com relação ao nosso parlamento em Brasília, cada deputado federal custa mais de 2 milhões por ano e considerando os 513 deputados, o custo com eles chega a mais de um bilhão por ano.

Essa quantia coloca os deputados federais brasileiros entre os parlamentares mais bem pagos do planeta. No ranking elaborado pela revista The Economist, o Brasil ocupa a quinta colocação entre 29 países citados. Nossos parlamentares são também os mais bem pagos da América Latina, seguido por Chile, Colômbia e México. A lista, contudo, considera apenas a renda base, sem levar em conta outros benefícios remunerados.

E esses deputados nem dividir o fundão eleitoral tiveram a hombridade de fazê-lo, só fazem leis para mexer com as contas públicas outras, que não as do legislativo, uma vergonha.

Eu esperava que este estado de Guerra contra a Corona, viesse modificar a cabeça dos agentes do judiciário e do legislativo, e assim criassem leis, para eles mesmos, mais próximas à realidade brasileira. Ledo engano, são insensíveis e mostra claramente que esses políticos só entraram na política para usufruírem do erário e um judiciário desinteressado pela realidade do povo brasileiro.

Uma vergonha!