Colunista Moacir Saraiva: “A volta do penico”

Por Moacir Saraiva

Trata-se de um recipiente usado para urinar e defecar e foi muito utilizado em épocas passadas, certamente, a geração nova não sabe do que se trata, mas as crianças que já sentam e conseguem fazer o número 2, muitos pais compram umas bugingas com outras denominações, mas são os velhos penicos.

Um casal morador de uma grande cidade foi obrigado a comprar um recipiente deste, a fim de resolver um problema doméstico. Para encontrar a peça, o casal teve de fazer uma maratona, antigamente, os pobres usavam penicos de plásticos, os meeiros, de alumínio e os nobres, de esmalte ou esmaltado, no entanto, nos dias atuais, encontrar um é uma tarefa, deveras, trabalhosa para qualquer classe. Em antiquários, são encontrados com um preço elevado e alguns bem ornamentados, oriundos de famílias abastadas, ainda são mais caros.

Mas o casal teve de andar muito, atrás do recipiente a fim de defenestrar um costumeiro visitante. Depois de muitas andanças, foi encontrado um bonito, esmaltado e com detalhes na borda e na asa, pois se parece com uma xicara, pois tem de ter um apêndice a fim de ser carregado para jogar o que tem dentro fora.

Na casa do casal começou a ter um problema novo, o entupimento do vaso sanitário social, e dava um trabalho danado para desentupi-lo. Todas as receitas do dr. Google foram feitas e só após muitas técnicas usadas se resolvia o problema. Detergente com água quente, vinagre com bicarbonato de sódio, soda cáustica, diabo verde e outros com estas propriedades. O trabalho era muito e o custo também.

Depois da quarta vez que o vaso entupiu, a família tentou ver as causas deste infortúnio e eis que descobriram que só entupia às segundas-feiras e este era o dia em que o filho do casal recebia um amigo para estudar, era um jovem inteligente, alegre, espirituoso e com um bom papo.

A fim de não serem injustos fizeram o teste, e após 15 dias do último entupimento, veio o rapaz estudar com o filho, o visitante vinha almoçar, pois os dois estudavam pela manhã e o moço ficava a tarde toda, só indo embora à noite. Após a saída do moço, a família constatou que o

vaso estava entupido, então as dúvidas desapareceram, o causador era o inteligente sujeito. Tiveram um trabalho danado, mas novamente arrumaram o vaso.

Na visita seguinte, ficou a secretária encarregada de surpreender o visitante. Ela foi ler um livro perto da porta do banheiro social da casa, por volta das 14:30h, lá vai o sujeito para o banheiro, ele ficou surpreso porque na porta havia um aviso grande: banheiro interditado.

O moço coçou a cabeça, a guardiã do vaso apareceu, e dirigindo-se para o agoniado sujeito, disse:

– Moço, aqui tem este penico para o senhor usar.

Ele nada disse, foi à sala onde estava estudando, pegou seu material e se mandou.

Nunca mais o entupidor esteve na casa e nunca mais tiveram de desentupir o banheiro.

VISITA INCONVENIENTE

Talvez o caso aqui não seja de uma visita, mas de uma pós –visita, inconveniente. A figura é muito agradável, um bom papo, bem espirituosa e com uma energia positiva

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