Colunista Moacir Saraiva: “A Pandemia unindo pessoas”

 

Um ano de pandemia, um ano que nossas vidas sofreu e sofre um abalo sísmico, um ano em que estamos vivenciando o que a história nos mostra nos livros, no google e nos cinemas, as pestes vividas pelos nossos ancestrais e que dizimaram milhões de pessoas.

No mundo todo, muita gente se desarrumou do ponto de vista psicológico, e isso provocou atitudes tristes, infelizmente tudo de estranho que acontecia e acontece ao longo de 2020 e 2021, envolvendo as pessoas, debita-se logo nos efeitos do Corona.

É triste dizer que essa pandemia está vindo em ondas, e as ondas novas são mais nefastas do que as anteriores.

Um amigo, com pouco mais de 60 anos, cabelos bem brancos e usuário de um par de óculos carregado no grau, muito zeloso com as regras estabelecidas para se proteger do vírus. Ia a rua só em extrema necessidade, com álcool em gel no bolso, com máscara comprada em farmácia e ao sair de casa, o fazia com o roteiro bem definido.

Na ocupação do tempo em casa, foi apregoar uns suportes para plantas no muro do quintal, antes de começar o trabalho, ele separara cada suporte com todos os parafusos necessários e, após pregar quase todos, percebeu o sumiço de um parafuso, fuçou todo o trajeto percorrido, as gretas existentes nesse percurso e foi em vão essa busca, isso o deixou irritado por ter feito um planejamento minucioso. Buscou um parafuso nas suas ferramentas, mas não encontrou nenhum que pudesse seu utilizado para concluir sua tarefa.

Imediatamente pegou o carro e foi comprar o bendito parafuso, observando, com muito zelo, todos os cuidados recomendados pelas autoridades de saúde. Ao sair da loja, estava limpando a maçaneta de seu veículo com o álcool em gel, quando foi surpreendido por dois moços sem máscara, um se dirigiu a ele, de forma áspera e disse:

– Velhote ladrão, quer roubar meu carro?

– Primeiramente, ponham a máscara e não sou ladrão – retrucou o idoso. E continuou com um tom de voz tranquilo e de quem fala com convicção:

– Estou a limpar a maçaneta de meu veículo porque desejo ir embora logo e ao vê-los, sem máscara, constato que os senhores não têm nenhum respeito pelos outros, lhes falta cidadania.

O outro moço, de forma polida, e tendo colocado a máscara, falou:

– Senhor, desculpe a forma áspera como meu irmão o tratou, desculpe também por estarmos sem a máscara, mas o carro do senhor deve ser o que está atrás do nosso, pois é igual ao meu.

O idoso, olhou bem para o interior do carro e constatou que não era o veículo dele e com humildade, olhou para os dois moços, e com brilho nos olhos, disse:

– Desculpem-me.

– Peço desculpas pela forma grosseira como o tratei, e gostaria de abraçá-lo, não o farei por causa do momento que estamos vivendo, disse o rapaz que falou primeiro.

Depois, se dirigiu ao carro do idoso e limpou a maçaneta da porta do motorista.

– Está tudo bem e vejo que vocês são rapazes educados.  Disse o idoso, após o retorno do rapaz.

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