Colunista Joice Vancoppenolle: “Le savoir- vivre” dos franceses

Caro leitor e apreciador da bebida de Baco, neste texto, além de falar sobre o vinho francês, explicarei um pouco sobre o estilo de vida dos franceses.

Escolhi uma obra de Van Gogh, com o intuito de deixar em foco, o romance e a arte francesa, fazendo com que quem observe, tenha vontade de visitar a França.

A imagem que melhor retrata a alma francesa, para mim, estava no Jardim de Luxemburgo quando passei por suas lindas alamedas em minha mais recente ida a Paris. Era final de julho, o sol de verão dominava um céu imaculadamente azul, e os parisienses ali no parque faziam tudo, exceto trabalhar com laptops ou celulares como vemos em outras metrópoles. Conversavam, dormiam nas espreguiçadeiras, tomavam um rosé , liam, riam. Ou seja, le “savoir-vivre”- saber viver.

Os franceses consideram o vinho como o ingrediente indispensável não apenas nas refeições, mas em todos os momentos, podendo acompanhar grandes pratos ou simplesmente frutas, legumes, patês e sobremesas, dependo do gosto de cada um.

Na França, 82% das pessoas compartilham vinho entre amigos e família, em casa ou na casa de amigos e não só em datas comemorativas, pois beber vinho é um momento de prazer que faz parte do cotidiano francês há séculos.

Existe um ditado popular em que os franceses dizem que: “vinho não é álcool”, no entanto, a OMS (Organização Mundial da Saúde), recomenda o consumo moderado da bebida, sendo três taças para os homens e duas para as mulheres e em ocasiões extraordinárias quatro taças para os homens e três para as mulheres. Lembrando que devemos ter um dia por semana de abstinência.

Segundo a revista La Revenue du Vin de France, os maiores consumidores da bebida são homens. 65% deles contra 39% das mulheres. A incidência é maior nas pessoas com mais de 50 anos de idade de acordo com uma pesquisa feita em 2012.

Gastronomia é o assunto preferido dos franceses, seja nos cafés parisienses, bretões ou bordoleses, o assunto é o mesmo: vinho e culinária. A variedade é muito interessante. É possível comer um tipo de queijo a cada dia durante 365 dias! Harmonizando com vinho é claro.

Há alguns meses, estive no restaurante LIPP, situado no Jardim de Luxemburgo, em Paris, e tive a oportunidade de experimentar o BARON NATHANIEL 1976 (ano do meu nascimento), um dos grandes vinhos da região de Pauillac. Uma assemblage perfeita com aromas e sabores marcantes em tabaco e chocolate, taninos redondos e amigáveis, com final persistente. Simplesmente magnifique !

Concluindo: o vinho seja regional, de mesa, do país ou do mais alto nível, ele sempre será o símbolo da cultura francesa em qualquer parte do país. Lembrando que seu consumo deve ser moderado levando em conta o prazer de beber e apreciar, seja sozinho lendo um livro, acompanhado de seu amor ou com amigos e familiares.

“Na água, você vê o reflexo do seu rosto. No vinho, o reflexo da alma do outro.”

Provérbio francês

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