Colunista Joice Vancoppenolle: “A influência dos copos”

Caro apreciador da bebida de Baco, o que fazer diante da infinita escolha apresentada pelos fabricantes de copos de vinhos? É importante escolher copos que serão ao mesmo tempo um instrumento precioso para a apreciação dos vinhos e um reflexo de nosso gosto. O fator estético, longe de ser negligenciável, frequentemente se alia a preocupação gustativa.

Para que um vinho seja perfeitamente apreciado, ele deve ser servido em um copo com formato e tamanho adequados, que realce as qualidades visuais, olfativas gustativas e táteis da bebida. Degustações e experiências cientificas comprovaram que o mesmo vinho, degustado em copos diversos, apresenta paladares distintos. Conforme o seu desenho, os copos interferem positiva ou negativamente na percepção sensorial da bebida. Um copo de vinho clássico deve assegurar as mesmas qualidades de um copo para degustação, além de ser estético e resistente.

O cálice de um copo de vinho deve ser em forma de tulipa fechada, ou seja, com a forma de bulbo dessa flor. Sua borda deve curvar-se para dentro, a fim de captar os aromas do vinho e canaliza-los para o nariz. Um copo de bojo pouco profundo, deixara uma superfície de vinho muito grande e exposta ao ar e não conseguira reter os aromas. Sua haste deve ser longa para que se possa segurá-lo sem que os dedos toquem o cálice. Os copos entalhados e coloridos devem ser descartados por não permitirem a apreciação da cor do vinho. O mais famoso dos copos de degustação é o francês criado pelo INAO (Institut National des Appelations d’Origine), modelo adotado pela ISO (International Standard Organization).

Agora, você deve estar se perguntando sobre o copo de espumante não é? Então vamos lá.

Nas degustações, podemos servir os vinhos efervescentes no copo estilo tulipa que descrevi no inicio do texto, porem a taça do tipo flûte (flauta), alta e esguia, é a mais indicada, pois retém mais tempo a efervescência das bolhas de gás. As tradicionais e antiquadas taças de boca larga, ao contrário, fazem o espumante perder as bolhas mais rapidamente – portanto, a própria personalidade. Além disso, a flauta permite que a fina espuma suba de forma fascinante pelas paredes, logo depois de o líquido ser vertido. Outra vantagem é o ligeiro abaulamento do bojo da flauta, favorecendo a acumulação dos aromas acima do nível do líquido. A estreita boca realça uma percepção concentrada das fragrâncias da bebida.

Concluindo, seja de cristal ou de vidro, o que importa na verdade não é o material, mas sim a forma e o tamanho do copo para a boa degustação e apreciação do vinho nas degustações.

Algumas dicas importantes para a manutenção e limpeza dos copos:

Para lavar os copos, use apenas água morna e algumas gotas de detergente para retirar o resíduo da gordura dos dedos e dos lábios. Se houver manchas de batom, retire primeiro com um guardanapo macio e lave em seguida.

Utilize uma esponja com delicadeza e sem a palha de aço, desde que seu propósito seja somente esse – lavar copos. E nada de colocar detergentes perfumados. Use sempre o detergente neutro.

Se o fundo da taça já estiver manchado, coloque uma pitada de bicarbonato de sódio dentro dela e também um pouco de água. Deixe até o dia seguinte.

Depois de lavados, os copos devem ser colocados em um suporte com a boca para baixo. Se não tiver esse suporte, utilize um pano de prato limpo e sem perfume algum para apoiar as taças. Aliás, o ideal é comprar panos de prato brancos e lavá-los em separado, sem amaciantes e sem aqueles líquidos que ajudam a passar roupas.

Joice Vancoppenolle

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