Colesterol alto: grande vilão para doenças cardiovasculares 

Foto: Senivpreto


Ocasionado principalmente por uma alimentação rica em gorduras e sedentarismo, o colesterol alto possui muitas vezes sintomas silenciosos e é uma das maiores causas de infartos e AVC1 

O dia 29 de setembro marca o Dia Mundial do Coração, uma data para a conscientização e prevenção de doenças cardiovasculares (DCV). A ocasião chama atenção para a importância da adesão ao tratamento e do diagnóstico precoce, apontando os dados alarmantes e o alto número de mortes que acontecem todos os anos por causa de doenças no coração2.

O colesterol, ao lado da hipertensão e diabetes, são os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, principalmente infarto e AVC (OPAS/OMS)3. Nosso corpo produz cerca de 70% do colesterol através do fígado e o restante é adquirido pela alimentação⁴. Por isso é imprescindível se atentar ao consumo de alimentos ricos em gordura, já que essa é a relação mais comum entre colesterol alto e doenças cardiovasculares3.

Sintetizado pelo nosso organismo, o colesterol HDL é importante para criar hormônios, vitamina D e apoiar a digestão⁴. Índices elevados de colesterol LDL, o “colesterol ruim” podem não apresentar sintomas perceptíveis, mas ainda é um marcador de risco para doenças cardiovasculares, por isso a importância de controle1 .O LDL se instala na parede interna das artérias formando uma placa chamada ateroma. Estes ateromas obstruem as artérias aos poucos podendo resultar em infarto (obstrução de uma artéria que interrompe o fluxo sanguíneo para o coração) ou AVC (alteração de fluxo de sangue ao cérebro que provoca a morte das células nervosas da região)5.

Dra. Maria Cristina Izar 

Cardiologista e professora livre docente afiliada da Disciplina de Cardiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) 

“A maioria pensa no câncer, mas a doença cardiovascular ainda é a primeira causa de morte em todo mundo e no nosso país. Esse dia é importante como um alerta para que as pessoas pensem e reflitam sobre os fatores de risco cardiovasculares. É preciso tomar medidas para prevenir, não só o início dos fatores de risco, mas o desenvolvimento da doença e as suas complicações. Estudos mostram uma grande relação entre colesterol e doenças cardiovasculares, por exemplo. A cada aumento de colesterol em todas as faixas etárias existe um aumento linear com o risco de morte por infarto do miocárdio”. 

Outros fatores como o sedentarismo, pressão alta, obesidade, tabagismo e diabetes, por exemplo, também aumentam o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral3.  

Números relevantes 

 O colesterol elevado (LDL) atinge 40% da população brasileira, de acordo como Ministério da Saúde6;

● O Cardiômetro — indicador do número de mortes por doenças cardiovasculares no país criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia — aponta 1.100 mortes por dia, cerca de 46 por hora, 1 morte a cada 1,5 minutos (90 segundos)7;

● Uma pesquisa feita pela UFMG, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Sociedade Brasileira de Cardiologia, revelou que o número de mortes por doenças cardiovasculares no Brasil cresceu até 132% durante a pandemia8;

● Segundo a revista médica The Lancet do Reino Unido, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte de mulheres no mundo, respondendo por 35% do total anual9.

Controle 

Alguns hábitos ajudam a controlar e até prevenir a ocorrência de problemas cardíacos como a redução de alimentos gordurosos e com muito sal, aumento de atividades físicas, abandono de hábitos nocivos como tabagismo e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas3. No entanto, nem sempre esses esforços bastam.

Existem medicações específicas e efetivas que auxiliam no controle do colesterol alto10. Estes remédios reduzem os níveis de colesterol total, colesterol ruim (LDL) e triglicerídeos, desta forma diminuindo o risco de problemas cardiovasculares. Para realizar o tratamento correto, é necessário realizar check-ups regularmente e conversar com um médico especializado.

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