Assunção revela que lucro da música da La Fúria irá para 2 ONGs que lidam com drogas

O ator Fábio Assunção falou abertamente pela primeira vez sobre seu vício em drogas para o jornal o Globo. Em matéria divulgada neste domingo (18), o global abriu o coração e revelou todos os pontos de sua luta e as lições que aprendeu ao longo dos anos.

No desabafo, relembrou os memes e a atitude que tomou em relação à música da banda Lá Fúria. “Quando rolaram os memes, conversei com meu filho, e ele falou assim: ‘Isso é zoeira, não liga não. Os caras fazem isso com todo mundo, são divertidos’. Então tudo bem, beleza. No episódio da música, ele falou: ‘Disso aqui eu não gostei, achei maldade’. Aí vi o clipe. Realmente, glamourizar a bebida numa festa de jovens, todo mundo dançando muito louco, pensei: que erro de pensamento, isso não é legal. Aí decidi falar com a banda, ir pro diálogo”, pontuou.

“É claro que teve uso indevido de imagem, difamação, um monte de coisa que poderia entrar num processo, mas o que isso iria transformar? A banda ia continuar não entendendo o que estava fazendo, com as pessoas curtindo a música mais ainda. Só ia criar mais muros, divergência e ódio. Aí fiz uma videoconferência com eles, falei o que achava da música, citei as estatísticas, tudo o que está acontecendo no mundo. Foi uma conversa objetiva. É uma galera de 19, 20 anos, não sabiam o que estavam fazendo. Esta é a nossa formação, a formação do Brasil. A gente mata índio, as pessoas querem andar armadas, então qual é a ofensa?”, provocou.

Depois, disse que os músicos perguntaram o que ele queria fazer e explicou o desejo de reverter a renda para organizações que lidam com dependência. “Até o fim do mês vamos ter o fechamento do semestre, e aí vamos divulgar o valor, vai ser dividido entre duas instituições: uma organização de São Paulo — É de Lei — e outra da Bahia, dirigida pelo Dudu Ribeiro — Iniciativa Negra por uma Nova Política para as Drogas (INNPD) —, que cuidam de prevenção, orientação e redução de danos. Resolvemos tudo em 20 minutos. Eles postaram o vídeo, contando. Postei também (a publicação de Fabio teve quase 70 mil comentários). O mais importante disso é que todo mundo meio que se ligou. Não vou tirar onda com o câncer de uma pessoa, com a compulsão de uma pessoa. Isso não é engraçado”, finalizou. *BN

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