Abatido, Bonner relembra dramas pessoais após ataques: ‘Me assusto com o ódio’
O jornalista William Bonner foi o convidado do programa “Conversa com Bial”, exibido na madrugada desta quarta-feira (27). Visivelmente abatido, o âncora do “Jornal Nacional” relembrou alguns dos dramas pessoais que vem enfrentando por conta da postura com que as pessoas passaram a encarar profissionais de imprensa. “Eu ainda me assusto com a bile, com o ódio que escorre nas palavras, nas palavras mal escritas, nas palavras cuspidas. É um ódio tão intenso que a gente não sabe onde levará. E aí a gente vai para as ruas e assiste a esta mesma incivilidade”, comparou.
O comunicador revelou que sua quarentena começou desde 2018 durante o último período eleitoral, pois percebeu que sua presença em espaços públicos, como farmácias e cinemas, era motivo de ataques. “Verbalmente agredido, insultado…”. Para ilustrar a situação, relembrou um episódio em uma padaria no Rio de Janeiro em que uma mulher embriagada às 10h disparou insultos a uma curta distância. “Eu, no meu constrangimento, querendo me livrar de uma situação em que estava sendo insultado, me senti culpado por estar estragando o dia de outras pessoas, que estavam ali para tomar café”, lamentou.
“Circularam vídeos que o acusavam de ter feito o pedido e recebido. E cobravam isso do pai e da mãe. De William e de Fátima. E dele”, disse. Para o âncora a ação já estava pronta antes mesmo do caso virar público. “Quem em meio a uma pandemia, com milhares de mortes, teria a ideia, do nada, de entrar no site do Ministério da Cidadania ou do Dataprev e verificar se o filho do William Bonner tentou se inscrever para receber os R$ 600?”, questionou. “Esse é o tempo que estamos vivendo hoje, mas vamos em frente”.
Assista a entrevista completa aqui.
por Júnior Moreira Bordalo – Bahia Notícias